O presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista exibida nesta quarta-feira (16) que a Petrobras "não colabora com nada" e que, por ele, a empresa estatal "poderia ser privatizada hoje".
Bolsonaro tem feito críticas à Petrobras em meio aos reajustes nos preços dos combustíveis. No último dia 11, por exemplo, a empresa aumentou novamente o preço da gasolina e do diesel para as distribuidoras e, em algumas regiões do Brasil, os postos estão cobrando R$ 8 pelo litro de gasolina.
"Qualquer nova alta a gente vai, da nossa parte aqui, desencadear um processo para que esse reajuste não chegue na ponta da linha para o consumidor. É impagável o preço dos combustíveis no Brasil. E lamentavelmente a Petrobras não colabora com nada", declarou Bolsonaro nesta quarta.
"Muita gente me critica, como se eu tivesse poderes sobre a Petrobras, não tenho poderes sobre a Petrobras. Para mim, é uma empresa que poderia ser privatizada hoje, ficaria livre deste problema. E a Petrobras se transformou na Petrobras Futebol Clube, onde o clubinho lá de dentro só pensa neles, jamais pensam no Brasil", acrescentou o presidente em entrevista ao SBT.
Na mesma entrevista, Bolsonaro disse que existe a possibilidade de trocar o presidente da Petrobras.
"Existe essa possibilidade [trocar o presidente da Petrobras]. Todo mundo no governo, ministros, secretários, diretores de empresas, presidentes de estatais podem ser substituídos se não estiverem fazendo o trabalho a contento. Então, eu não quer dizer que vai ser trocado ou que não vai ser trocado. Eu só não posso trocar o vice-presidente da República. O resto, todos podem ser trocados, obviamente, por motivos de produtividade, por motivo de falha ou omissão no respectivo serviço", declarou.
Pressão sobre Silva e Luna
A colunista do g1 Andréia Sadi informou que integrantes do governo têm pressionado o presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, a pedir demissão do cargo.
À colunista, Silva e Luna afirmou que não pedirá demissão. "Jamais farei isso. Tenho formação militar, a gente morre junto na batalha e não deixa a tropa sozinha. Agora, minha indicação é do presidente da República, com quem tenho uma relação de lealdade e de confiança", afirmou.
Espaço para redução do preço
Mais cedo, nesta quarta, o vice-presidente Hamilton Mourão avaliou que o preço dos combustíveis nos postos não voltará ao patamar que as pessoas gostariam, mas que é possível o litro da gasolina voltar a R$ 6, não a R$ 4.
Mourão foi questionado sobre a expectativa de a Petrobras reduzir o preço diante da queda no valor do barril do petróleo no mercado internacional. Com a guerra na Ucrânia, o barril se aproximou de US$ 140, porém nesta terça-feira (14) foi negociado abaixo de US$ 100.
"O mercado começa a se reequilibrar. Bateu nos US$ 139, já está em US$ 99, US$ 98. É óbvio, essa flutuação, acredito que a Petrobras ela vai encaixar isso aí e vai haver uma redução", declarou o vice.
"Uma realidade a gente tem que entender: o preço do combustível, fruto até da questão da transição energética que nós temos de viver, não vai voltar aos patamares que a gente gostaria. Não vamos mais, na minha visão, pagar R$ 4 por litro de gasolina, vai ser difícil isso acontecer", completou Mourão.
Questionado, então, se o preço da gasolina entre R$ 7 e R$ 8 "veio para ficar", Mourão declarou ver espaço para que os postos cobrem em torno de R$ 6.
"Pode baixar aí, voltar para meia-dúzia. Mas vamos lembrar aí que uns dois, três anos atrás estávamos pagando R$ 4,50, R$ 4,60", disse o vice.
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