Foi com grande participação dos trabalhadores em educação que a APLB Sindicato em Juazeiro realizou nesta segunda-feira (14) mais uma caminhada em busca de negociação que garanta o pagamento integral dos 33,24% do piso nacional do magistério, até o momento negado pela gestão da prefeita Suzana Ramos.
Com faixas, cartazes, carro de som e fortalecimento cada vez maior da categoria, os profissionais em educação percorreram as ruas e avenidas da cidade em direção ao Paço Municipal na tentativa de serem recebidos pela prefeita para fechar o acordo que garante o piso. A manifestação dos professores se uniu à dos pais de alunos da rede pública municipal que protesta contra a volta do ensino remoto. As aulas presenciais estavam previstas para voltarem nesta segunda, mas foram adiadas por falta de merenda escolar e reformas de escolas ainda em andamento.
"Estou aqui para reivindicar os direitos dos nossos filhos, que são alunos da rede municipal e também apoiar o movimento dos professores. Não é justo o que está acontecendo com nossas crianças. Minha filha tem 8 anos e sofre de crise de ansiedade desde a morte do pai, que também era servidor público. Ela sempre cobra o retorno das aulas porque diz que as aulas remotas são cansativas e sente falta do contato com os colegas e professores. Queremos nossos filhos em sala de aula", falou indignada Flávia Bernardes da Silva, que mora na comunidade de Campos e é mãe de aluna da Escola Municipal Manoel Luiz da Silva.
"Essa é a hora de nos unirmos pela garanta de nossos direitos e para que os professores possam ter o reajuste pago conforme a Lei. É uma vergonha que o professor tenha que ir para as ruas para reivindicar o pagamento do piso nacional do magistério, até então sempre sustentado pelas gestões anteriores. A atual administração não está cumprindo e enrola cada vez mais a categoria, ao não receber a entidade representativa para sentar, conversar e chegar a uma definição que não deve ser menor aos reais 33,24%", afirma o diretor da APLB Sindicato em Juazeiro, Gilmar Nery.
Para a direção da APLB Sindicato o governo municipal conseguiu colocar todas as categorias em alerta, pois estão insatisfeitas com as atitudes da atual gestão e com a prefeita Suzana Ramos que ainda não apareceu para receber os trabalhadores em educação e dar um posicionamento sério e seguro sobre o assunto. "Nossos adversários hoje são os governos municipal e estadual que não respeitam os direitos dos trabalhadores em educação e a partir daí, convocamos todos para uma grande manifestação que será nacional na próxima quarta-feira (16). A APLB Sindicato em Juazeiro estará presente a outras manifestações semelhantes nas cidades de Abaré e Sobradinho esta semana apoiando e cobrando dos governos municipais a integralidade do piso", informa Gilmar Nery.
Mais 72h de paralisação das atividades serão seguidas e a caminhada que acabaria no Paço foi estendida até o prédio onde funciona a Procuradoria do Município na Rua Minhas Gerias no bairro Santo Antônio, depois que a APLB tomou conhecimento de que uma reunião estaria acontecendo com os vereadores para tratar do projeto da prefeitura referente ao pagamento do piso.
Presentes à manifestação os vereadores Alex Tanury, Mitu, Dr. Salvador expressaram apoio à causa defendida pelos profissionais em educação cobrando do município uma posição rápida e imediata e garantindo o voto a favor da categoria diante de um projeto que ainda não chegou à Câmara.
"Os professores de Juazeiro não podem ter dúvida de que esse projeto chegará de forma irregular e sem aprovação dos professores, mas estaremos juntos para não deixar passar nada que vá de encontro à luta justa pelo piso nacional do magistério", ressaltou Alex Tanury, que está sempre presente às assembleias e manifestações dos professores. Para o vereador Mitu, "os professores devem ocupar a Câmara de Vereadores terça e quarta-feira quando deve chegar o projeto enviado pela prefeitura. É preciso que todos estejam lá, pois sabemos que esse governo não gosta de professor". O vereador Dr. Salvador lembrou que "a luta é justa e precisa ser respeitada pelo governo. Os professores eram reconhecidos e o piso recebido. Infelizmente houve uma mudança para pior em Juazeiro com essa gestão".
Após o movimento realizado em frente à Procuradoria, o diretor da APB Sindicato participou da reunião e disse que soube esse encontro foi uma surpresa. "Soubemos que tinha um grupo reunido envolvendo a SEDUC, a Procuradoria e vereadores. Depois da nossa caminhada até o Paço, seguimos para a Procuradoria. Encontramos a secretária de educação e procuradores e foram colocadas as mesmas coisas e foi pedido à PLB que desse um tempo para uma nova reunião na quarta-feira (16) às 11h para uma nova proposta que deve vir com uma folha analítica para que pudéssemos analisar onde o município pode chegar. A APLB está aberta às negociações e aceitamos sabendo que nossa proposta é de 33,24% e vamos aguardar o município. Mais uma vez a prefeita não participa, mas viemos com todo suporte da categoria em passeata. Na quarta-feira haverá paralisação nacional da educação e também uma assembleia na APLB", finalizou o diretor da APLB Sindicato em Juazeiro, Gilmar Nery. .
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