Em 1992, chegando a Petrolina, como correspondente do Jornal Diário de Pernambuco, fui convidado pelo professor Delmon Coelho de Aguiar, então diretor da Faculdade de Administração de Petrolina – FACAPE, para ser professor de Ciência Política e Comunicação Empresarial, no curso de ciência da administração.
Naquele momento a FACAPE passava por dificuldades financeiras, recebíamos R$ 2,00, por hora aula. Delmon comprou uma Kombi, para transportar funcionários e professores que não possuíam carro, para trabalhar, para que nós os servidores não tivéssemos maiores gastos com a prestação de serviço.
Os salários eram parcelados, primeiro o Diretor mandava pagar os servidores de baixa renda, e se após eles terem pagos os seus salários, é que se providenciava o pagamento dos salários dos professores divididos por grau de necessidade. Os professores que tinham como único emprego a FACAPE, recebiam primeiro e por último os que possuíam outros empregos.
Lutando por uma política de melhoramento das condições de trabalho e salário, conseguiu implantar um plano de cargos e salários, nunca inferior aos salários pagos pela UPE a seu pessoal.
Com a administração do professor Valdenor Ramos, todo o trabalho desenvolvido foi para melhoramento da categoria de servidores facapeanos, nunca mais se atrasou o pagamento dos servidores, ao contrário se programou em seu orçamento, uma reserva, suficiente para a garantia de pagamento de salários, caso houvesse imprevistos.
Os últimos, sofríveis gestores, preocupados unicamente em fazer política, esqueceram-se de que os maiores construtores da instituição, o seu maior patrimônio, é o seu pessoal técnico e docente, sem ele não será nunca possível o seu desenvolvimento. A FACAPE, é responsável pela formação inicial de muitos dos que hoje, ostentam o título de Administradores, Contadores, Advogados, e, outros, e que orgulhosamente contribuem com o desenvolvimento desta região.
A Sociedade deve a FACAPE, esse contributo, não pode se deixar levar por aventureiros, que vivem e pensam unicamente em se servir do erário público, para o seu próprio enriquecimento. Apossaram-se do grande legado facapeano, e tentam apagar das linhas da história, todo o passado de sucesso daquela instituição.
Honra-nos ter feito parte daquele outrora corpo diretivo, que sempre fez pela sociedade são franciscana, nunca esquecendo os seus colaboradores diretos, professores e funcionários, a quem orgulhosamente, tratávamos como uma grande família.
Hoje muito triste, ver a FACAPE, perder espaço para a concorrência, que fatalmente aconteceria, porém ela a grande FACAPE, a nossa FACAPE, não poderia se desmerecer a tal ponto de deixar seus funcionários passando necessidades por atrasos no pagamento de seus salários.
Seus gestores atribuem a crise a problemas econômicos e sociais, não se sentem responsáveis pelas suas próprias incompetências. Não são capazes de autocriticarem e suas vaidades os impedem de buscar ajuda naqueles que os antecederam, A estupidez e a ganância ensombrearam as suas mentes, e se negaram a ouvir os que lhes advertia.
Vocês apagaram das nossas mentes a esperança, que tínhamos de sermos um dos pilares de sustentação de toda uma rede educativa que objetivava preparar nossos jovens para o futuro.
Vocês macularam a bela história de quem se preparava para ser grande, nascemos numa sala da FFPP, a partir do báculo diretivo do maestro prefeito Diniz, e construímos um patrimônio, sob a regência da professora Ana Amélia, professor Veiga, professor Delmon, professor Valdenor, para finalmente cairmos no fosso da incompetente administrativa de seus sucessores.
Hoje, pedir ajuda financeira, a prefeitura, de quem orgulhosamente nos libertamos, na gestão do ex-prefeito Guilherme Coelho, é esconder o manto da incompetência e irresponsabilidade, para continuar descendo cada vez mais ao fosso da insignificância e cumprir fielmente a promessa de um antigo diretor, que com a colaboração dos atuais gestores, propagavam aos quatro cantos, de apagar o nome de Valdenor Ramos, que após o seu mandato a FACAPE, contava com 10 cursos superiores, um sucesso.
Devemos sim pedir ao chefe do executivo municipal, não ajuda financeira, mais intervenção já, e que seja nomeado um interventor que conheça a instituição e todos os seus meandros, para recupera-la, não para atrela-la a sanha politica dessa nova safra.
Edmar José da Silveira - Professor Titular Inativo da FACAPE
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