Com a intenção de preservar milhares de empregos e evitar a queda na produção da cana de açúcar no Nordeste, o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, defendeu na quinta-feira (03), a liberação do uso de cana queimada na região.
Durante audiência pública, realizada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o ministro do Turismo destacou a importância deste movimento para o setor, principalmente no estado de Pernambuco – 2º maior produtor de cachaça no Brasil.
“A proibição trará prejuízos sem igual para todo um setor que tem na cachaça um de seus principais negócios, o que impactaria todo o Nordeste, em especial o meu estado de Pernambuco. Estou falando de 39 produtores de aguardente e 138 de cachaça, que correm o risco de serem obrigados a interromperem a produção. Além de uma grande perda do ponto de vista agrícola, será também uma perda do ponto de vista turístico. Não podemos deixar que isso ocorra”, alertou o ministro do Turismo, Gilson Machado Neto.
O diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Glauco Bertoldo, afirmou que o assunto está sendo debatido entre os membros da Pasta. “Nós discutiremos e não é a nossa intenção em hipótese nenhuma impedir ou inviabilizar o trabalho de muitas famílias e de muitos produtores. Quanto a isso, o senhor pode ter absoluta convicção que isso vai ser observado na nossa avaliação”, concluiu.
Estatísticas do Comércio Exterior Brasileiro (Comex Stat) apontaram que em 2021, o estado de Pernambuco puxou, ao lado de São Paulo, a alta nas exportações do produto. O estado nordestino registrou um aumento de 43,15% em termos de valor e 28,68% em termos de volume. Ainda segundo o estudo, as exportações chegaram a alcançar US$ 1,84 milhão com a venda de 1,95 milhão de litros.
DESONERAÇÃO DE VINHOS – Ainda durante a audiência, o ministro Gilson Machado Neto, pontuou a necessidade de se desonerar os vinhos brasileiros para que se aumente a competitividade dentro e fora do país. “Eu, como operador turístico, não consigo comprar um vinho produzido no Vale do São Francisco, aqui no Nordeste, que compita com o preço do vinho argentino ou do chileno. É de fundamental importância que se trate o assunto do vinho, não como um alimento, mas como parte do alimento, como outros países tratam para que a gente consiga desonerar esta cadeia”, pontuou.
Segundo o ministro, este é um dos principais anseios dos produtores rurais do Rio Grande do Sul e dos demais destinos que desenvolvem o produto. Além disso, Machado Neto destacou a importância da medida para a expansão do vinho no país. “Agora com a transposição do Rio São Francisco, nós vamos abrir muitas novas fronteiras em todo o Nordeste. Petrolina vai se multiplicar. Vários locais que têm terras férteis, terreno plano, estão com acesso às águas do São Francisco”, finalizou.
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