Com um cenário de desaceleração da variante ômicron, Pernambuco irá analisar os dados epidemiológicos para definir como ficarão os protocolos do Plano de Convivência com a Covid-19 para o período a partir de março.
As atuais regras são vigentes até 1º de março e indicam, por exemplo, limite de capacidade em eventos de 500 pessoas em lugares abertos e de 300 participantes em locais fechados. Pernambuco não terá Carnaval - no período em que haveria a folia, festas estão proibidas no Estado.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, André Longo, em coletiva de imprensa, apesar do registro de uma leve queda no total de casos, a situação ainda exige cautela. O Estado, acrescenta o gestor, está em um platô, um cenário epidemiológico de estabilidade, mas que tem patamares elevados.
“Neste momento, ainda temos mais de 800 pessoas internadas nos leitos de Srag [Síndrome Respiratória Aguda Grave] na rede pública. Estamos saindo da zona crítica de taxa de ocupação”, afirmou o secretário.
Longo demonstrou preocupação com o elevado número de óbitos: “As mortes costumam atingir o teto duas semanas após o pico de contaminação, mas seguem crescendo”, alertou, reforçando que os índices mostram que o Estado passou pelo pico da onda causada pela ômicron.
O secretário informou que, apenas com a análise dos números epidemiológicos da próxima semana, será possível traçar novos cenários dos protocolos. O anúncio de como ficará o Plano de Convivência deve ser feito, segundo o secretário, no máximo, até o dia 1º de março.
“É possível que haja relaxamento [das medidas]; vai depender dos dados que nós vamos colher nesta próxima semana. Apesar de uma nítida mudança de cenário para melhor, ainda estamos preocupados porque os números ainda são elevados”, destacou.
O período de sazonalidade de doenças respiratórias em Pernambuco, como a influenza, vai de março até maio. Por isso, o secretário de Saúde lembrou ser importante observar como irá se comportar a variante BA.2 da ômicron, mais transmissível, caso seja introduzida no Estado; e a reintrodução do vírus da gripe, especialmente a cepa H3N2 Darwin, que provocou uma epidemia entre dezembro e janeiro.
“Estamos tentando antecipar a vacinação contra a influenza. Esse é um tema relevantíssimo, especialmente para quem tem a sazonalidade de março a maio, como é o nosso caso. Pedimos, através do Conass [Conselho Nacional de Secretários de Saúde] que o Ministério da Saúde tentasse antecipar a entrega [junto ao Butantan, responsável pela fabricação das vacinas]”, explicou.
Longo ainda lembrou, mais uma vez, da importância da vacinação. Pernambuco vive o que ele chama de uma “epidemia de não vacinados”, uma vez que quatro a cada cinco mortos e quatro a cada cinco internados não tomaram todas as vacinas que poderiam. Além disso, há um déficit de 500 mil pessoas com o esquema vacinal primário e outras 500 mil, que já poderiam ter tomado a dose de reforço, não foram até os locais de vacinação.
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