Farinha, feijão, tapioca, corante caseiro, umburana de cheiro, maxixe, umbu, doce de umbu, couve, abóbora, banana, peixe, ervas medicinais e artesanato. Esses são alguns dos diversos produtos comercializados na Feira Agroecológica da Cultura Econômica de Remanso-BA, um espaço de venda de alimentos cultivados sem veneno para comercialização direta com os/as consumidores/as. A partir desta semana, a feira será realizada toda sexta-feira.
A comercialização desses produtos por agricultoras e agricultores possibilita maior aproximação do campo e da cidade, além de colaborar com a melhoria da renda familiar e da segurança alimentar e nutricional dos consumidores que passam a se alimentar com produtos saudáveis.
"Saber que tem aquela renda extra toda semana, pouco ou muito, serve demais. É muito bom saber que pode fabricar produtos que não tem veneno, que não tem agrotóxicos para levar à mesa das pessoas, sabendo que não pode prejudicar ninguém", destaca a agricultora Poliana Alves, da comunidade Pimenteira em Remanso.
A agricultora Edna dos Santos, também da comunidade Pimenteira, comercializa seus produtos na feira e diz que está aproveitando bastante a experiência. "Eu estou gostando muito da feira, acredito que as vendas vão melhorar. E que as pessoas vão frequentar mais. Quero muito continuar comercializando meus produtos", ressalta Edna.
O assessor técnico do Sasop, Francisco José da Silva, mais conhecido como Franzé, destaca que apesar da proposta da feira estar no início, acredita que ela se consolidará devido aos diversos benefícios que traz para agricultores/as e consumidores/as do município. "Que o pessoal possa entender que é a agricultura familiar que realmente alimenta a cidade. Esse processo vem contrapor os grandes projetos que hoje só plantam, só produzem monocultivos para exportação. Se o campo não consegue plantar, fica difícil a alimentação nas cidades. [A feira] possibilita para as pessoas um produto saudável e de qualidade".
Além disso, Franzé também destaca a importância da feira agroecológica para as agricultoras e a juventude. "A feira também possibilita o protagonismo da mulher, tendo em vista, que a maioria das pessoas hoje na feira são mulheres e a gente tem trabalhado também para a inclusão da juventude".
Além da possibilidade de melhorar a renda através da comercialização dos produtos da agricultura familiar, a agricultora Poliana destaca a importância da feira para as relações sociais e convida outros agricultores e agricultoras a participarem da Feira Agroecológica. "Além da comercialização é muito bom fazer amizade, conhecer novas pessoas, porque a gente vai para feira, não só vender, mas também aprender muita coisa (...) Conhece produtos diferentes de outras pessoas, é muito interessante. Então, quem nunca se interessou, que se interesse em comercializar os produtos agroecológicos na feira, porque vale muito a pena", frisa Poliana.
Nesse sentido, a colaboradora do Irpaa, Dannielle Martins, reforça o papel social das feiras que são espaços "De intercâmbio e troca de conhecimento entre os participantes, que, por sua vez, são de comunidades diferentes do município. A feira traz esse momento de descontração. Também acontece a troca de produtos entre os próprios agricultores".
A feira reúne 11 grupos diretamente, com cerca de 30 famílias envolvidas de forma indireta. A iniciativa idealizada pelo Serviço de Assessoria a Organizações Populares Rurais (Sasop), hortas comunitárias rurais e urbanas e pescadores/as artesanais conta com apoio da Secretaria da Agricultura de Remanso e do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa).
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