Hoje, senti um enorme desgosto, uma sensação de mãos atadas, sem poder para cuidar do patrimônio construído por mim e por milhares de servidores públicos, à custa de muito esforço e dedicação, no sentido mais honesto das relações trabalhistas que consiste em trabalhar, contribuir e no seu tempo devido desfrutar de uma aposentadoria digna.
Ocorre que, como professor estou sendo diminuído, visto que, o nosso IPJ que tem em caixa quase 300 milhões fruto de nossas contribuições, não está sendo fiscalizado por professores escolhidos pelos próprios professores, pois, não temos mais o direito de fiscalizar os nossos recursos nem deliberar sobre o que fazer com os mesmos.
Com todo respeito aos que administram o Município e com todo o diletismo e cordialidade que os princípios republicanos nos sugerem como forma de tratar os gestores, não posso deixar de fazer menção à forma nada democrática com que a Chefe do Executivo Municipal escolheu os membros dos Conselhos deliberativo e fiscal do Instituto de Previdência de Juazeiro-IPJ, deixando de fora a representação sindical e dos professores, que seguramente é uma das categorias que mais contribuem com o IPJ. Num estado democrático e de direito e numa democracia representativa, o mínimo que se pode prever é que os contribuintes do IPJ possam fiscalizar e deliberar sobre os recursos que são seus (no caso os recursos são nossos).
Não estou fazendo proselitismo político, apenas questionando por quais razões os professores não estão representados num espaço tão importante para sua vida e de sua família.
Professores sempre serão servidores, Prefeitos, Vereadores, cargos de confiança, como tais, não são eternos, por isso a esperança de quem sabe um dia a democracia volte a brilhar sob as hostes de nossa Juazeiro. Amenizando, recorro a Oscar da Penha, compositor baiano em sua música A HORA DA RAZÃO "...sofrer também é merecimento, cada um tem seu momento quando a hora é da razão... "
Professores já sofrem demais.
Tony Martins – Pedagogo e radialista.
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