Filiados do PSOL Pernambuco através de abaixo assinado solicitação ao mandato Juntas do PSOL apoio a criação da CPI Caso Beatriz. Confira:
JUNTAS, JUNTE-SE A NÓS ASSINANDO A CPI E JUNTOS COM LUCINHA MOTA E SANDRO LUTEMOS POR UM INQUÉRITO JUSTO PARA BEATRIZ!
Abaixo-assinado de Filiadas e Filiados do PSOL/PE
"Escrevo a miséria e a vida infausta dos favelados. Eu era revoltada, não acreditava em ninguém. Odiava os políticos e os patrões, porque o meu sonho era escrever e o pobre não pode ter ideal nobre. Eu sabia que ia angariar inimigos, porque ninguém está habituado a esse tipo de literatura. Seja o que Deus quiser. Eu escrevi a realidade" Carolina de Jesus
Com estás palavras, Carolina Maria de Jesus compreendeu que existiam lados na luta contra opressores, demonstrou preocupação com os julgamentos, mas se posicionou ao lado do que entendeu ser justo. Décadas depois o desafio de defender e estar ao lado do que é justo bate a nossa porta cotidianamente.
Em 10 de dezembro de 2015 o crime bárbaro que vitimou a pequena Beatriz Angélica Mota em Petrolina, impactou Pernambuco, sensibilizou o Brasil e o mundo, principalmente após a omissão do governo do Estado de Pernambuco. A decisão da família de Beatriz em não aceitar a mordaça do silêncio imposta pela ausência de respostas pela SDS/PE despertou solidariedade mundial.
Lúcia Mota e Sandro Romilton, mãe e pai de Beatriz Angélica Mota, sofreram e continuam ainda hoje sofrendo o impacto da violência (cometida na época por um desconhecido) que vitimou sua filha, e da violência do Estado na forma omissa e negligente em várias ocasiões. Mas eles decidiram não se calar diante do silêncio deste desgoverno. Transformaram a dor em luta, e viram no PSOL de Petrolina e de Pernambuco um instrumento de fortalecimento e apoio nessa batalha, e após se filiar e ter se e lançando candidata, contribuiu com mais de 16 mil votos, reforçando a garantia de uma vaga na Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Pedindo apenas o que consta na Constituição Federal como “dever do Estado e direito de todos” no que deve ser competência do Estado referente a segurança pública, a luta incansável por um Inquérito Justo para Beatriz Angélica Mota após 6 anos de investigação paralela dessa família, eles fizeram uma caminhada que cortou o Estado de Pernambuco, do sertão a capital. Fazendo dessa luta uma bandeira que extrapolou os limites da própria família, mobilizando e despertando o sentimento de solidariedade, esse pedido por justiça ecoou em milhares de pessoas no Brasil e no mundo.
Na ALEPE possuímos uma mandata, as JUNTAS. Sabemos das dificuldades de ser mulher negra, periférica, LGBTQIA+ e de esquerda neste espaço com mais 48 corpos e mentes diferentes, onde a maioria usa estes mandatos de forma oportunista, manipuladora, centralizando as ações e tomando as decisões de acordo com interesses que excluem muitas vezes as minorias, a população do interior, a população negra, as mulheres. Em um Estado onde se perpetuam no poder a décadas parlamentares e seus descendentes.
Como filiados e filiadas do PSOL temos nesta MANDATA a oportunidade de estar ao lado do que é justo, ouvindo as partes interessadas, sendo cada uma destas mulheres que compõe as JUNTAS um instrumento na defesa verdadeiramente dos direitos humanos fundamentais. E se não se conseguiu evitar um crime, que se possa ter em Pernambuco um Inquérito Justo e acessível para todas as famílias pernambucanas vítimas de violência, e nesse caso nos choca ainda mais por se tratar de uma companheira e um companheiro, ambos sertanejos em busca de esclarecimentos sobre um assassinato bárbaro.
Pela dignidade de Lucinha e de Sandro demonstrada em toda sua luta, nos convém afirmar que os mesmos não se deixarão dobrar diante de manobras eleitorais de quem quer que seja no funcionamento da CPI. A nós, diante da trajetória de Lúcia, sua reivindicação justa cobrando e pressionando o governo do PSB, e toda sua disposição de depositar no PSOL através da filiação esperança de encontrar sonoridade, acolhimento e braços para somar em sua luta, cabe-nos fortalecer essa pauta em defesa de um modelo de justiça que deixe de ser de uns e passe a ser de todas e todos.
Diante do exposto acima, nos resta apelar para o bom senso e compromisso com o direto humano de Beatriz Angélica Mota, assinando a CPI que tem a aprovação de grande parte dos militantes do PSOL e da sociedade pernambucana.
Por último convocamos as JUNTAS a não se esquivarem frente a uma demanda que vem das ruas, que já recebeu indiferença como resposta do PSB, e nos unirmos ao pedido de uma mãe e de um pai que independeria de serem ou não ao PSOL., são cidadãos do sertão pernambucano que clamam por justiça.
No capítulo V do Estatuto do PSOL que versa sobre parlamentares e ocupantes de cargos executivos, em seu Artigo 28 diz que "Os parlamentares do partido.... são considerados filiados que cumprem uma tarefa partidária". No capítulo ll Artigo 6°, sobre os OBJETIVOS, diz que O PSOL é “solidário a todas as lutas que visam a construção de uma sociedade justa, fraterna e igualitária”. Sendo isso dever nosso, essa assinatura é uma tarefa partidária de quem ocupa o parlamento como filiadas ao nosso partido.
É hora de darmos as mãos, assinando o pedido de CPI, e despertar para um olhar que veja além de quem inicialmente pediu as assinaturas, e focar em quem tem legitimidade de estar ao lado dessa mãe e desse pai nessa luta, que são todas e todos que não se reconhecem nesse modelo de gestão do PSB, de costas para as necessidades da população, e de costas para quem não ocupa os espaços de poder os usando de forma conveniente aos interesses destes senhores.
Petrolina, 1° de fevereiro de 2022.
Confira abaixo assinado Aqui
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