No inicio desta semana foi realizada a videoconferência semanal da Sala de Acompanhamento do Sistema Hídrico do Rio São Francisco organizada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
O ponto principal do debate foi a questão das vazões do rio São Francisco. Além disso, foram abordados também o modelo hidrológico e a previsão de chuvas na Bacia do rio São Francisco.
Marcelo Seluchi, técnico do CEMADEN, apresentou uma atualização das chuvas em relação à última reunião ocorrida em 25/01, e informou que elas foram acima da média durante todo mês de janeiro, principalmente na região de Minas Gerais, o que repercutiu no aumento das vazões.
As projeções de vazões na UHE Três Marias são de 1.005 m3/s, de fevereiro a abril deste ano.
Segundo Joaquim Gondim, superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA, a reunião teve como objetivo dar continuidade ao acompanhamento das condições do rio São Francisco em função das chuvas observadas e das vazões altas que operam em sua calha. “O CEMADEN mostrou que nossa preocupação esse ano é relativa em se tratando do controle de chuvas porque o reenchimento dos reservatórios encontra-se numa linha ascendente e com muita possibilidade de termos nossos reservatórios reenchidos, o que traz benefícios para o meio ambiente”.
A técnica do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luana Gomes, apresentou uma avaliação das condições hidrológicas atuais e de armazenamento na bacia do rio São Francisco, bem como as condições hidroenergéticas observadas. Luana informou que a chuva do último mês trouxe uma boa resposta em termos de vazões, com destaque para a UHE de Três Marias que teve aumento de 279%, sendo a primeira melhor vazão natural em percentual na MLT.
Segundo o presidente do CBHSF, Maciel Oliveira, o que ficou decidido foi que as defluências médias diárias dos reservatórios de Sobradinho e Xingó serão mantidas no valor de 4.000 m3/s até o dia 15/02/2022. “Conforme vimos comunicando, as vazões dos reservatórios de Sobradinho e Xingó foram elevadas gradualmente do patamar de 1.000 m3/s para o patamar de 4.000 m3/s, do período de 12 a 24 de janeiro. A operação é necessária mediante a condição de cheia declarada pelo ONS, em articulação com a ANA, provocada pelas fortes chuvas ocorridas em Minas Gerais. É importante ficarmos atentos para a não ocupação de áreas ribeirinhas situadas na calha principal do rio, considerando a possibilidade de elevação da vazão a depender da evolução do quadro de chuvas na bacia. Nesse sentido, pedimos o apoio dos Poderes Públicos Municipais para o acompanhamento dessa questão no âmbito de cada município”, disse.
Oliveira elogiou as apresentações feitas pelas instituições e complementou que esse aumento de vazões trouxe uma maior quantidade de lagoas marginais, ajudou no repovoamento de peixes e os rios afluentes. “É um momento de comemoração esse aumento de vazão para 4.000 m3/s. As regiões do Submédio e Baixo São Francisco agora passam por um momento diferente e especial. O meio ambiente agradece”.
A próxima reunião mensal promovida pela ANA será no dia 08 de fevereiro, às 10h. A videoconferência que avalia as condições hidrológicas da bacia do Velho Chico ocorre na sede da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, em Brasília (DF), e é transmitida para os estados da bacia.
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