O vapor Benjamim Guimarães foi construído em 1913, pelo estaleiro norte-americano James Rees & Sons e navegou alguns anos no Rio Amazonas sendo transferido para o Rio São Francisco a partir de 1920. O tombamento estadual do Vapor Benjamim Guimarães foi aprovado em 1985 com inscrição no Livro do Tombo Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico tornando-se Patrimônio Cultural.
Com o aumento do nível do rio São Francisco, em Pirapora, Norte de Minas, o vapor Benjamim Guimarães, está cada vez mais sendo motivo de cuidados pra evitar ser danificado. Semana passada as águas do rio já atingiam o casco do barco.
De acordo com a informações obtidas pela REDEGN, a prefeitura de Pirapora, Minas Gerais esteve promovendo reunião com a Marinha do Brasil, Corpo de Bombeiros, Dnit, Secretarias de Infraestrutura, Desenvolvimento Econômico, Emutur - Empresa Municipal de Turismo, e membros da sociedade civil para discutir sobre a segurança do vapor Benjamim Guimarães.
Segundo informações da prefeitura, desde julho de 2021 o prefeito vem cobrando um posicionamento do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), com relação à segurança do vapor.
Quanto ao posicionamento que o prefeito espera dos institutos, trata-se da obra de restauração do vapor. Em 2020, o barco foi retirado das águas do rio para restauração. No entanto, as obras estão paralisadas há alguns meses, sem nenhuma previsão de retomada.
"Desde julho estamos cobrando das instituições responsáveis pela obra, IEPHA e IPHAN, uma solução para a continuidade e conclusão da obra. Alertamos que o período das chuvas chegaria e colocaria a embarcação em risco. Até o Ministério Público entrou nesta luta conosco e a obra não foi retomada. Agora cabe a nós, em tempo recorde, cuidar do que é nosso!", explicou o prefeito em comunicado oficial.
Nas redes sociais oficiais da Prefeitura, os moradores da região cobram um posicionamento das autoridades. "E o nosso vapor? Vai ficar pra moradia de peixe?", escreveu uma usuária, enquanto outra disse, "Vamos perder a História de Pirapora #salveobenjamim".
Confira nota da IEPHA: "A restauração do Vapor Benjamim Guimarães é fruto de convênio celebrado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan, responsável pelo repasse de recursos, e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais - Iepha-MG, encarregado pela contratação e execução da obra. O projeto foi aprovado pelas duas instituições no ano de 2019 e a obra iniciada em 2020. O primeiro repasse financeiro realizado pelo Iphan ocorreu no início de 2021 e foi utilizado no pagamento dos gastos iniciais dos serviços contratados pelo Iepha.
Contudo, no princípio de 2021, os repasses cessaram para ajustes técnicos e administrativos entre as instituições. Com isso, foi necessário suspender a obra temporariamente. Tanto o Iepha-MG quanto o Iphan vêm envidando esforços para a continuidade do convênio e finalização das obras. Neste momento, toda a atenção se dirige às ações emergenciais em decorrência das chuvas que atingiram a região e provocaram elevação do rio São Francisco para além do esperado. A previsão de retomada das obras é para o primeiro trimestre de 2022.
Além das tratativas realizadas entre Iepha-MG e CEMIG para controle das vazões, o Governo de Minas, por meio do Corpo de Bombeiros de MG, e em parceria com a Marinha do Brasil e a Prefeitura de Pirapora, está no local e atua nesse momento em plano de emergência para proteção do Vapor, em virtude das cheias do São Francisco."
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