A Cemig informou que vai iniciar o fechamento gradual do vertedouro da Usina Hidroelétrica de Três Marias, na Região Central Mineira. De acordo com a estatal, passados os reflexos do evento chuvoso que produziu o recorde de afluência ao reservatório, a Cemig, a partir de segunda-feira (31) será iniciado o fechamento gradual das comportas.
O vertimento foi capaz de reduzir de 94% para 90% o volume útil do reservatório, sem causar grandes inundações nas cidades abaixo da barragem.
O fechamento será realizado em patamares, da mesma forma que foi realizada a abertura, para evitar impactos à vida aquática do rio São Francisco e proteger os terrenos das planícies naturais ocupada pelas águas. Partindo do patamar final de liberação que hoje totaliza 3.040 m³/s, as reduções seguirão um cronograma conforme abaixo:
31/01/2022, segunda-feira: redução da liberação de vazão para 2.640 m³/s (vazão turbinada + vazão vertida);
01/02/2022, terça-feira: redução da liberação de vazão para 2.200 m³/s (vazão turbinada + vazão vertida);
02/02/2022, quarta-feira: redução da liberação de vazão para 1.640 m³/s (vazão turbinada + vazão vertida);
03/02/2022, quinta-feira: redução da liberação de vazão para 1.300 m³/s (vazão turbinada + vazão vertida);
04/02/2022, sexta-feira: redução da liberação de vazão para 800 m³/s (vazão turbinada e fechamento total do vertedouro).
A Cemig destacou a importância da atuação das Defesas Civis locais, bem como da Defesa Civil Estadual e do IEPHA, auxiliando no acompanhamento dos efeitos da cheia natural que ocorreu ao longo do mês de janeiro.
“É com muita felicidade que se passa pelo evento crítico de maior valor já vivido e, mesmo assim, foi possível garantir a proteção ao importante patrimônio histórico e cultural da bacia do rio São Francisco, o vapor Benjamin Guimarães, que segue atracado para reforma e revitalização”, disse a empresa em comunicado.
Serão 21 dias de vertimento, desde a abertura, no dia 12, até o fechamento total no dia 4, “buscando controlar os possíveis efeitos para o trecho de jusante e dar transparência à operação, bem como garantir tempo hábil para o monitoramento e as ações preventivas dos municípios ribeirinhos”, destacou a Cemig.
As chuvas de dezembro e janeiro foram capaz de produzir a subida no armazenamento do reservatório em mais de 7 metros, o que representou um aumento de mais de 40% em apenas 20 dias. Ainda assim, o poder de amortecimento dessa acumulação de água durante a cheia natural garantiu que o nível na região de Pirapora e Buritizeiro se mantivesse mais baixo que o evento vivenciado no dia 12 de janeiro, quando a usina se mantinha com o vertedouro fechado, mas o rio Abaeté (que deságua após a barragem) por si só foi capaz de produzir uma cota de inundação mais alta que as vividas ao longo desse período de vertimento.
Para os municípios mineiros é visto, pelo monitoramento da Rede Hidrometeorológica Nacional, que já se iniciou o esvaziamento da calha do rio São Francisco. Considerando que para o presente evento o tempo de viagem da cheia natural tem sido bastante lento, para os municípios baianos ainda é esperada a estabilização do nível do rio apenas ao longo deste final de semana.
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