Um dos principais balneários da região do Vale do São Francisco, a Ilha do Rodeadouro já não é mais a mesma. Isso é decorrência do aumento da vazão do Reservatório de Sobradinho, que desde as últimas semanas vem alterando as paisagens das áreas da calha do Rio São Francisco. Imagens aeréas feitas por drone mostram parte da ilha submersa, após os aumentos da vazão.
A Ilha do Rodeadouro, que tem, em média, uma estrutura com cerca de 30 restaurantes e que se destacam pelas especialidades de seus cardápios tradicionais variados, é visitada não somente por turistas de várias partes do Brasil, como também pelos próprios moradores locais. O grande atrativo são as barracas montadas a beira do Velho Chico.
Porém, desde que a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) iniciou, de forma gradativa, a elevação da vazão da usina hidrelétrica de Sobradinho, o cenário da Ilha foi mudando. E mudou completamente nesses últimos dias, já que a quantidade de água liberada chegou, na segunda-feira (24), ao patamar de 4.000 m³/s, maior índice desde 2009. Os aumentos consideram a situação hidrometeorológica da bacia do Rio São Francisco, segundo a Chesf.
Imagens aéreas feitas pelo leitor Antônio Virgolino Júnior, cedidas à Redação RedeGN, mostram a ilha praticamente irreconhecível: Grande parte das barracas montadas à beira do rio estão debaixo d'água - é possível ver apenas o teto das mesmas. Parte da vegetação da ilha também ficou submersa. O Rio também 'uniu' os lados de Petrolina e Juazeiro, já que a água também invandiu alguns pontos da ilha, antes tomados pela areia [assista ao vídeo abaixo].
Chesf
A vazão do Reservatório de Sobradinho, no Norte da Bahia, vai se manter em 4.000 m³/s até o próximo dia 2 de fevereiro, segundo informou a Chesf em carta circular divulgada na tarde da segunda-feira (24). Em decorrência do grande volume de chuvas nos estados da Bahia e Minas Gerais, que acontecem desde dezembro de 2021, a Chesf vem aumentando, desde o dia 12 de janeiro, a defluência dos reservatórios, que subiu de 1.000 m³/s para 4.000 m³/s.
"Destacamos que a situação hidrológica está sendo permanentemente avaliada, podendo haver alterações nesses valores em função da evolução das chuvas e vazões na Bacia do São Francisco. Caso as alterações na programação de defluências se configurem, serão previamente comunicadas, com o horizonte que as ferramentas disponíveis possibilitam", diz um trecho da carta.
A Chesf diz ainda que a vazão máxima de 4.000 m³/s não deve extrapolar a calha principal do Rio São Francisco e corresponde a metade do valor da descarga de restrição no trecho de Sobradinho até a foz, qual seja 8.000 m³/s. Por fim, a Companhia volta a ressaltar a importância de não ocupação de áreas ribeirinhas situadas na calha principal do rio, haja visto o período úmido em curso e a possibilidade de elevação das vazões para valores acima de 4.000 m³/s, a depender da evolução do quadro de chuva sna Bacia do São Francisco.
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