O recente aumento no número de casos da covid-19 em todo país segue impactando diversos setores de mercado de diferentes maneiras. Entretanto, sem sombra de dúvidas, a cadeia produtiva de entretenimento tem sido uma das mais afetadas, abalando direta e indiretamente diversas empresas que compõem o segmento, dentre elas empresas de venda de ingressos, produtores, artistas, casas de espetáculo, entre outros.
Diante das proibições na realização de eventos impostas pelas autoridades governamentais, as empresas desse setor, além de reduzirem seu faturamento para praticamente zero, sofrem diversos impactos com o cancelamento dos eventos.
Exemplo disso é que, antes da pandemia, o mercado de eventos gerava 8 milhões de postos de trabalho que, infelizmente, deram lugar a um número expressivo de desempregados.
Na Bahia, o governador Rui Costa (PT), anunciou na última quinta-feira (20), a edição do decreto que reduzirá de 3 mil para 1,5 mil o limite máximo de público em eventos na Bahia. A norma passa a valer nesta sexta (21), por 15 dias. A medida gerou inúmeros cancelamentos de eventos em todo estado, a exemplo dos ensaios de verão de grandes artistas, como Léo Santana, Durval Lelys e Timbalada.
Em contato recente com a reportagem do BNews, Nei Ávila, diretor da Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape), disse ter ficado perplexo com as últimas declarações dadas pelo governador. "Me estarrece ele querer colocar a culpa do aumento de casos no setor, que foi um dos mais fragilizados de todos. É lamentável", declarou ao revelar que o gestor estadual tem evitado se reunir com os empresários.
"Diferente do que ele fala, nós que estamos tentando uma audiência há quase um ano para discutir e nunca fomos atendidos. Inclusive, o governo se omitiu ao chamado do Ministério Público, para tratar das retomadas dos eventos. A prefeitura foi, a secretaria de Saúde também, e o governo não mandou se quer um representante".
Para Ávila, não há critério para retroceder no processo de retomada dos eventos. "Ele infelizmente tem a caneta. Qual o critério da redução, por exemplo? Existe um surto, mas Salvador chegou a ter dias com zero mortes por covid. Assim como nos demais setores, as pessoas envolvidas no ramo do entretenimento precisam trabalhar”, apela.
O discurso é reforçado por Ricardo Cal, sócio da Oquei Entretenimento, ele acredita que uma decisão que vá contra à retomada de eventos na Bahia, pode trazer danos irreversíveis. "O setor não consegue resistir a um segundo fechamento. Esses cancelamentos vão gerar um prejuízo financeiro enorme, fora o que já foi gerado. Acredito que o governador sabe disso, mas cabe a ele tomar a decisão", reforça.
Ele reforça o cumprimento das normas durante a realização de eventos. "Os eventos são os únicos lugares que a gente consegue ter um controle. Isso, por exemplo, não pode ser feito nas praias e as praias estão lotadas. Não é culpa dos eventos. Não concordo. O período do final de ano, as pessoas se aglomeraram mais em um momento em que uma
Os discursos ilustram o que vem acontecendo com muitos eventos em todo país e, ao mesmo tempo, permitem esclarecer o quanto é importante, em momentos de crise como este, que o evento, sempre que possível, seja adiado e não cancelado. O adiamento permite a tentativa de reduzir o impacto em toda a cadeia. Nas situações em que o cancelamento for inevitável, é imprescindível encontrar apoio do Estado, oferecendo alternativas que apresentem soluções a todos os agentes do setor.
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