Os anos letivos de 2020 e 2021, mostraram para alunos, educadores e autoridades educacionais muitos desafios e dificuldades com os quais todos tiveram que conviver.
A Pandemia também nos permitiu um salto para o futuro, visto que, nos proporcionou o acesso tecnológico, pelo menos começamos a experimentar redes e plataformas facilitadoras e enriquecedoras do processo ensino-aprendizagem.
Embora tenhamos que exercer um esforço para não prejudicar os alunos, reprovando-os, de modo particular, estou muito triste pelo fato de alunos serem aprovados de ano, sem contudo, ter assistido as aulas (tem aluno aprovado em dois anos consecutivos sem ter assistido nenhuma aula).
Sou educador e pedagogo, aprendi na escola e na vivência de quase 30 anos de profissão o quanto é importante a relação professor-aluno e muito mais ainda as horas de estudos e as atividades escolares que servem de instrumentos e meios para as aprendizagens significativas, são esses aspectos que fazem a transposição didática, elevando o nível dos estudantes, tornando-os aptos e dignos de aprovação.
Não creio no estudante que não estuda, essa minha crença tem base em uma das principais leis da dialética que consiste na premissa de que é da quantidade que se extrai a qualidade.
Antes o estudante estudava pouco e era aprovado, agora nem precisa estudar, já tem a Pandemia para culpar.
Vejo a escola como um espaço significativo de construção de saberes e o professor como mediador e condutor desses saberes, contudo, nos dois anos anteriores a situação nos tirou essa ímpar condição, digo isso por que sei de alunos que passaram dois anos seguidos sem eu nunca ter visto ou conversado com eles.
A Pandemia não pode ser usada como escudo ou desculpas para tais aprovações. Afinal o permitido foi passar sem estudar, passar sem aprender.
Tony Martins – Pedagogo e radialista.
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