Apesar dos altos números de casos de covid-19 registrados neste primeiro mês de 2022, o Brasil ainda deve passar pelo pico de infecções relacionadas à variante ômicron da doença. De acordo com especialistas, as duas próximas semanas serão críticas.
Para o médico da Sociedade de Infectologia do DF Dalcy Albuquerque, a previsão de pico é baseada no comportamento da ômicron em outros países.
"O que a gente tem visto em outros locais é que essas epidemias de ômicron tem durado em torno de dois meses. Se isso valer para nós, acredito que nas próximas semanas será o pico", explica. O especialista afirma que esta nova cepa da doença é altamente transmissível, e que, por isso, os índices pandêmicos estão em patamares tão altos quanto os do início da crise sanitária. "Ela (ômicron) tem uma capacidade e uma taxa de ataque de transmissão muito grande. Então, realmente ela elevou a nossa taxa de transmissão lá pra cima, a nível até que nós não tínhamos tido antes", diz.
Apesar disso, Dalcy frisa que a maioria dos casos é leve. "O que nós estamos tendo é um número muito grande de casos notificados. Como ela transmite muito rápido, esgota os suscetíveis. As pessoas podem ficar doente muito rapidamente, então é aquele sobe e desce. A boa notícia é que, pelo menos, o aumento das ocupações de leitos, e, principalmente, de UTI, não tem acompanhado esse mesmo ritmo de crescimento do número de casos", considera. Porém, ele ressalta que ainda é necessário ter cuidados. "Ela é menos agressiva, mas ser menos agressiva não indica que ela não possa eventualmente provocar algum quadro grave", completa.
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