A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, pouco citando o trabalho feito pelos agentes de polícia, atribuindo o crédito a quatro delegados, disse que chegou ao autor do assassinato da menina Beatriz Angélica, em 2015, no Colégio Maria Auxiliadora, para elucidar esse crime bárbaro.
A identificação do suspeito se deu por meio de análises do banco de perfis genéticos do Instituto de Genética Forense, que identificou o DNA recolhido no cabo da faca utilizada no crime, chegando ao DNA do suspeito, de nome Marcelo da Silva, 40 anos, que se encontra em presídio do Estado.
Ao ser ouvido pelos Delegados da “Fraca e não Força Tarefa, confessou, ninguém sabe como, o assassinato, e segundo eles, foi indiciado.
Entretanto, não poderia ainda ser indiciado com um argumento simplório do acusado de que a criança havia tomado um susto e por isso decidiu silenciá-la com as facadas brutais.
A Policia tem a obrigação moral e processual para REALIZAR a RECONSTITUIÇÃO DA CENA DO CRIME, levando o acusado até o local para que diga como chegou ao colégio, quem lhe entregou as chaves dos portões que haviam sumido e quem lhe auxiliou até chegar nas dependências internas e quem lhe proporcionou a velha fuga? Esses fatos precisam de esclarecimentos públicos.
Ficamos assustados com o Secretário de Segurança, parecia mais um Pregador de Verdades, quando acreditou que “o acusado queria dinheiro para fugir da cidade”.
Ora, quem pede ajuda estende a mão e não uma faca do tamanho da maldade do autor intelectual desse crime. O trabalho genético até pode se coadunar com o criminoso, mas os argumentos desse não se coadunam com os fatos concretos.
Já que as imagens foram recuperadas em 100%, segundo o Secretário, deveria exibir o criminoso adentrando com uma faca e desferindo as facadas, só assim saberíamos se foram 42 ou 10.
O secretário acertou, em parte, quando disse que não há como macular a investigação, entretanto, a mãe da vítima o tempo inteiro, chorava e bradava, também, não maculando a investigação, mas por falta dela.
Senhor Secretário, se não houve fraude criminal, houve demissão de perito, por ato da sua própria secretaria, mas fraude contra certeza foi perpetrada contra o bom senso e a lógica da população de Pernambuco que não aceita a motivação desse crime - Só um susto?
E os outros processos por crimes sexuais do acusado, será que ele estuprou porque suas vítimas levaram sustos?
Não se discutiu a seriedade do trabalho da polícia, o que não foi serio foi passar a versão desse criminoso sanguinário como sendo motivado por um susto da vítima. Acreditar nessa versão é acreditar em fadas, como que afirmando que existiu um susto que não existiu, todo delegado sabe que qualquer acusado mente e que a mentira existe em depoimento, mas não se explica e nem se prova e sabe que não há razão nenhuma para nada existir, senão o próprio crime.
Haver injustiça é como haver morte, aqui são duas mortes a de Beatriz e a da Injustiça.
O DNA por si só provou a autoria do delito, mas precisa do revestimento de outras diligências e provas, como por exemplo, a reconstituição da cena do crime e mais uma investigação aprofundada acerca da motivação e eventuais cúmplices.
Faltou, também, refino, tanto nas declarações, quanto nas investigações, porque se o perfil genético do acusado foi inserido no banco em 2019, após o mapeamento de pessoas presas, só após a audiência da família com o governador em dezembro de 2021, que a polícia técnica resolveu fazer o primeiro indicativo, já que, segundo o Governador, esse é o caso policial mais prioritário de Pernambuco.
As balelas do secretario, em ano eleitoral, tem que ser federalizadas nas anedotas politicas. Segundo o criminoso: “só pararia de dar as facadas até a vítima silenciar.” Neste momento, Pernambuco e o Brasil, em silêncio com as facadas da Impunidade”.
A família de Lucinha Eternamente enlutada, achou que o dia 12 de janeiro de 2022, no Salão da Secretaria de Defesa Social, seria sua Última Visita a Recife, para a elucidação de vez do assassinato da sua filha, acreditando que estivesse tão próximo o triste desenlace da sua dor de mãe. Enquanto outras tantas mães carregam suas filhas nos braços carinhosos, comentando-lhe os lances encantadores da vida, Lucinha sai de lá com os olhos marejados de lágrimas, com olhos rebrilhados por justiça, onde a saudade da sua filha Beatriz glorificava uma existência, antes da morte.
Agradecemos a Lucinha Mota por ter erguido a bandeira dos Assassinados Sem Justiça em Pernambuco.
Henrique Rosa Advogado
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