Apesar da expectativa pelos mínimos detalhes sobre a motivação e como agiu o acusado de matar a menina Beatriz Angélica, 7 anos, em 2015, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, localizando no centro de Petrolina, a Secretaria de Defesa Social, frustrou a imprensa ao apresentar "poucos fatos sobre o Caso Beatriz"
Nas redes sociais diversas mensagens criticam a investigação, "considerando muito simplórias e sem detalhes diante de tanta violência contra uma criança". Ouvidos pela REDEGN dois advogados consideraram "muito simples os argumentos das autoridade de segurança pública e que esperavam mais detalhes sobre o crime".
Um advogado questionou: "foram seis anos de investigação para dizer isto". Lúcia sempre falava que o banco de dados genéticos precisava ser mais visto e agora a polícia precisa dá outras respostas".
De acordo com a fala do Secretário de Defesa Social, o assassino confessou que "queria dinheiro para fugir da cidade. Pela narrativa, ele disse que fez aquilo porque 'foi a pessoa que encontrou'. Pelo susto dela, ele disse que decidiu silenciá-la com as facadas", explicou o secretário.
O Secretário refutou a informação que foram 42 facadas. "Não foram 42 facadas e sim fotos de angulos diferentes". Ele disse que a perícia constatou 10 facadas. A informação foi prestado ao ser questionado qual "o motivo de tanta agressão diante de uma menina de apenas 7 anos". O secretário não deu explicações.
“Temos um crime em que o acusado continua preso por conta de outro crime, que foi de estupro, no passado. Além disso, o acusado assumiu e narrou o assassinato de Beatriz e colaborou com os fatos. A investigação continua”, comentou o secretário de Defesa Social.
" Não há indício que ele tentou crime sexual contra a vítima", afirmou o secretário.
Também foi detalhada a suposta motivação para o crime. "Temos a motivação alegada. Repito, ao ter contato do assassino com a vítima, ela teria se desesperado e, por isso, foi silenciada a golpes de faca. Motivação que se coaduna com o trabalho científico e técnico. As imagens foram recuperadas em 100%. Não há como macular a investigação. Muito se especulou sobre uma atuação intencional de prejudicar a investigação. Isso não aconteceu. Se houve uma ação ilegal do ponto de vista administrativo, isso foi analisado, mas não houve fraude do ponto de vista criminal. Reafirmo: o trabalho foi sério, chegando a uma prova de DNA que proporcionou o interrogatório e uma confissão", explicou Freire.
Ontem terça (11), a polícia informou que, ao ser identificado, Marcelo da Silva prestou depoimento a delegados, confessou o crime e foi indiciado. O homem já estava preso por outros crimes.
De acordo com documentos obtidos com exclusividade pela TV Globo, os peritos coletaram o DNA no cabo da arma, deixada no local do homicídio. A faca foi entregue ao Instituto de genética Forense, no Recife, um dia depois do assassinato. A imagem de uma câmera de segurança mostrando um possível suspeito chegou a circular, mas a polícia não conseguiu identificá-lo.
A partir da análise do material contido na faca, foi possível comparar com o perfil do assassino. O DNA dele fazia parte do Banco Estadual de Perfis Genéticos.
O DNA da faca foi comparado com o material genético de 124 pessoas, consideradas suspeitas pela Polícia Civil e apresentadas ao longo dos seis anos da investigação. Todas essas amostras foram coletadas pelos peritos pernambucanos do Instituto de Genética Forense Eduardo Campos, desde 2015. A perícia constatou que nenhuma delas tinha ligação com o crime.
Na primeira semana de janeiro de 2022, os dados coletados pelos peritos na faca utilizada no crime foram aprimorados, o que possibilitou a inclusão do perfil genético do assassino no banco de dados da Polícia Científica.
Com isso, foi feito um cruzamento de informações em um programa de computador que reúne 14 mil cadastros de pessoas que estão ou já passaram pelo sistema prisional de Pernambuco . O resultado apontou que o assassino de Beatriz Angélica é Marcelo da Silva.
Na mesma semana, a Polícia coletou novamente material genético de Marcelo e refez o cruzamento dos dados, chegando à mesma conclusão.
O laudo final do Caso Beatriz foi concluído na segunda (10). O documento seguiu, nesta terça, para a Secretaria Estadual de Defesa Social (SDS) e ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
O documento da perícia técnica não esclarece a motivação do crime. Também não informa quais outros crimes são atribuídos ao homem que está preso.
Por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social afirmou que, ao ser ouvido pelos delegados da Força Tarefa, Marcelo da Silva confessou o assassinato e foi indiciado.
Também por nota, o Ministério Público disse que o Grupo de Atuação Conjunta Especial (Gace) recebeu as informações sobre as conclusões das perícias e "adotou providências para garantir a segurança do preso, bem como já requisitou perícias complementares à Polícia Científica". No entanto, não explicou que providências seriam essas.
CRIME: O caso Beatriz Angélica Mota teve desfecho seis anos, um mês e um dia após o assassinato, ocorrido no dia 10 de dezembro de 2015, quando a menina participava da formatura da irmã, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.
Ela saiu do lado dos pais para beber água e desapareceu. É o que mostram as últimas imagens em que ela aparece com vida. Cerca de duas mil pessoas estavam na unidade de ensino no dia do evento.
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