Uma nova diretriz do Exército Brasileiro proíbe que militares compartilhem notícias falsas sobre a pandemia de covid-19 em redes sociais. O documento também diz que militares devem orientar familiares e pessoas de seu convívio sobre a conduta.
Assinada pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, comandante do Exército indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), a diretriz tem como objetivo "preservar a capacidade operativa da Força Terrestre" e a saúde dos integrantes do Exército. O documento é do dia 3 de janeiro e foi disponibilizado pelo Exército a pedido do UOL.
Segundo o texto, "não deverá haver difusão de mensagens em redes sociais sem confirmação da fonte e da veracidade da informação. Além disso, os militares deverão orientar os seus familiares e outras pessoas que compartilham do seu convívio para que tenham a mesma conduta".
O documento não deixa claro qual tipo de punição o militar poderá sofrer se não cumprir a regra, mas frisa que "os casos omissos decorrentes da aplicação desta diretriz serão resolvidos pelo comandante, chefes ou diretores das organizações militares, subsidiado pelas áreas técnicas competentes".
Só vacinados podem voltar ao presencial
Segundo a diretriz do Exército, apenas militares e servidores vacinados podem voltar às atividades presenciais.
Será preciso respeitar o período de 15 dias após o esquema inicial completo — a vacina Janssen, por exemplo, é um imunizante de dose única. "Avaliar o retorno às atividades presenciais dos militares e dos servidores, desde que respeitado o período de 15 (quinze) dias após imunização contra a COVID-19 (uma ou duas doses, dependendo do imunizante adotado). Os casos omissos sobre cobertura vacinal deverão ser submetidos à apreciação do DGP [Departamento-Geral do Pessoal], para adoção de procedimentos específicos", diz o texto.
O presidente Jair Bolsonaro, que é capitão reformado do Exército, se posiciona contra a obrigatoriedade da vacina de combate à covid-19. Sem provas e contrariando a ciência, ele defende que ainda não se sabe os efeitos adversos futuros dos imunizantes. Em 2020, Bolsonaro ironizou a vacina da Pfizer e disse que as pessoas poderiam virar "jacarés".
Bolsonaro diz não ter tomado a vacina contra covid-19, mas impôs um sigilo de até 100 anos ao seu cartão de vacinação. Recentemente, o presidente afirmou que não vacinará a filha de 11 anos após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberar o imunizante da Pfizer para crianças a partir de 5 anos. Está comprovado que a vacinação reduz o risco de infecção, hospitalização e morte por covid-19.
O presidente repete que é a favor da "liberdade" para se vacinar. Em 2021, ele foi investigado pela CPI da Covid por omissões durante a pandemia de covid-19 no Brasil, que matou mais de 600 mil pessoas no país.
Em seu relatório final, a CPI indiciou Bolsonaro por crimes contra a humanidade e de responsabilidade.
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