A cantora Ivete Sangalo não tem projetos aprovados na Lei Rouanet, ao contrário do que disse Jair Bolsonaro nesta quarta-feira (5/1), ao deixar o hospital em São Paulo onde ficou internado por obstrução intestinal. Bolsonaro disse que Ivete teria perdido a “teta gorda da Rouanet”. Em 2019, o próprio governo Bolsonaro autorizou uma captação que beneficiava indiretamente a artista.
A artista virou alvo dos bolsonaristas após incentivar um coro contra o presidente em um show na semana passada. De acordo com Bolsonaro, as críticas aconteceram porque ela teria perdido “a teta gorda da Lei Rouanet”.
Desde a campanha de 2018, o presidente associa, sem provas, a oposição que recebe da classe artística a uma suposta dependência dos recursos de incentivo para o setor cultural.
Entretanto, os dados abertos de projetos inscritos em leis de incentivo à cultura não registram nenhum projeto da cantora ou de empresas de que é sócia.
Além disso, só dois projetos têm o nome da cantora no título. Um, de 2016, chegou a ser autorizado a captar até R$ 1,3 milhão, mas não conseguiu nenhum recurso. Tratava-se de um show da cantora com a Orquestra Juvenil da Bahia.
O segundo, de 2017, buscava desenvolver um roteiro sobre uma história ficcional que levava Ivete Sangalo em uma viagem no tempo, mas não foi aprovado.
Em fevereiro de 2019, início do governo Bolsonaro, a produtora Madeirada Produções captou R$ 813 mil pela Rouanet para fazer seis shows da cantora.
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