O Instituto Butantan informou nesta terça-feira (4) que um estudo de fase 3 realizado na África do Sul concluiu que a Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo Butantan e pelo laboratório chinês Sinovac, é segura para crianças e adolescentes a partir dos seis meses até os 17 anos de idade.
O ensaio clínico de fase 3 investiga a imunogenicidade, segurança e eficácia da Coronavac em 4.000 crianças e adolescentes e faz parte de uma ampla pesquisa realizada na África do Sul, Chile, Malásia, Filipinas e Quênia. A terceira fase do estudo é randomizada e controlada por placebo.
Os resultados das fases 1 e 2 já foram publicados na revista científica Lancet em junho, e mostraram que a vacina do Butantan é segura e provoca uma forte resposta imune em crianças e adolescentes de três a 17 anos. Já entre as crianças a partir de três meses, todas que participaram do estudo não tiveram relato de eventos adversos graves, informou o Butantan.
O instituto ainda reforçou que o imunizante da Sinovac já teve seu uso em crianças aprovado em países como China, Chile, Equador, Colômbia, Camboja e Indonésia. Segundo o governo chinês afirmou em dezembro, a Coronavac já foi aplicada em mais de 140 milhões de crianças de três a 11 anos no país.
O Butantan chegou a pedir autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ter a Coronavac utilizada em crianças de 3 a 17 anos em dezembro, mas uma semana depois a agência cobrou mais dados do instituto afirmando que os fornecidos não eram suficientes para o aval.
No Brasil, a única vacina que teve aprovação para uso pediátrico foi a da Pfizer. Em dezembro, a Anvisa aprovou o uso do imunizante em ciranças de 5 a 11 anos de idade.
A dosagem da vacina para esta faixa etária será ajustada e menor (um terço) que aquela utilizada por maiores de 12 anos. Segundo a Anvisa, a proposta é ter frascos diferentes, com dosagem específica para cada grupo. Os frascos serão diferenciados pela cor: roxa para adultos e adolescentes e laranja para crianças, de acordo com a Pfizer.
No entanto, a vacinação para crianças no Brasil passa por um imbróglio. Embora tenha recomendado a imunização para essa faixa etária, o Ministério da Saúde ainda não definiu uma data de início das aplicações e chegou a afirmar que a vacinação das crianças só será feita com a apresentação de prescrição médica.
A pasta também promoveu uma consulta pública e uma audiência pública para discutir o assunto. Em entrevista coletiva na última segunda-feira (3), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que as doses infantis da vacina da Pfizer para crianças entre 5 e 11 anos devem começar a chegar ao Brasil a partir do próximo dia 10 de janeiro (segunda-feira).
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