Espaço do Leitor: Animais tomam as ruas de Juazeiro, na Bahia

Prezado radialista, Bom dia! Feliz ano novo! Sou jornalista, do Rio de Janeiro, e estou em Juazeiro visitando familiares.

No dia 29/12, infelizmente atropelei uma cachorrinha de rua, e na tentativa de salvá-la, fui mordida, precisando ir ao hospital para realizar o protocolo da vacina anti-rábica. 

Lá soube que têm sido frequentes casos de ataques de cães de rua em Juazeiro, principalmente nos finais de semana. Os animais estão abandonados, entregues à própria sorte. 

Após o ocorrido, descobri que a prefeitura da cidade não possui Centro de controle de zoonoses e o Canil Municipal está fechado.

Não existe nenhum programa da prefeitura para reduzir a população de animais de rua, composta não só por cães, mas por muitos gatos, cavalos, burros e bodes. É visível o sofrimento destes animais, muitos estão feridos e/ou doentes, e a vulnerabilidade destes animais é também uma ameaça à saúde pública. Em minhas pesquisas, descobri que houve um surto de leishmaniose em Juazeiro no ano de 2011. 

Um novo surto é uma questão de tempo. 

A cachorrinha que eu atropelei veio parar na estrada com outros cães porque um boi havia sido atropelado, e eles vieram se alimentar da carcaça do animal morto. O cenário parecia de guerra, com vários animais mortos ao longo da estrada. Uma cena da qual jamais vou me esquecer. 

A limpeza urbana de Juazeiro também deixa bastante a desejar, e isso ajuda na proliferação dos animais e de doenças. 

A única ONG da cidade, a ONG Salvar, não consegue atender a quantidade de chamados, e também não consegue realizar a adoção dos animais resgatados - o trabalho realizado por eles é como enxugar gelo. 

Aqui está a página do projeto:
https://www.instagram.com/projeto_salvar/
Copio neste email a Fernanda, responsável pela ONG. 

É preciso que a prefeitura realize um programa sério, que realize o cadastro dos animais, a castração em massa e campanhas de adoção. Estou tentando contato com a prefeita, Suzana Ramos, para cobrar uma resposta, sem sucesso. 

Desde já agradeço,

Michelle Chevrand-jornalista
Diretora, Produtora e Fixer