A expressão pode se configurar como uma afirmativa de natureza física ou psicológica, mas, no mundo político, a todo instante ela se ajusta de maneira bastante singular e é identificada com absurda regularidade nos comportamentos e nas atitudes dos políticos.
Certamente porque os oponentes “não tanto se atraem, mas as suas diferenças os completam”! É sobre exatamente isso que vamos discorrer ao longo desse texto, dando nomes e sobrenomes aos senhores atores.
A Nação assistiu dias atrás, boquiaberta, aos afagos apaixonados de dois tradicionais inimigos políticos e ideológicos: o Geraldo Alckmin e Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-governador de S. Paulo era considerado a figura de proa do PSDB e seu eterno candidato a todos os principais cargos em disputa, principalmente depois da derrocada política do Deputado Aécio Neves. Mas, ele não contava no seu caminho com um trator da marca João Dória disposto a atropelar tudo que o possa impedir de se candidatar a Presidente da República, ainda que não decole nas pesquisas, de jeito nenhum. Por que o Alckmin participou da disputa interna do Partido se não ia aceitar o resultado? É a pergunta que fica.
O mais interessante no processo é que o Alckmin não aceitava ser o segundo do PSDB e, de repente, declarou-se petista desde criancinha, com Certidão de Nascimento e tudo mais, e até aceita ser o segundo na chapa de Lula! Depois de ouvir, agora, os muitos vídeos gravados das campanhas anteriores, onde o Sr. Alckmin diz horrores do Lula e do PT, só posso imaginar que “as diferenças os completam”.
Mas, há uma história de um Autor Desconhecido, que permite uma reflexão bastante interessante: “Bem-vindo ao Brasil, País onde um ex-Juiz vai concorrer à Presidência da República, com um ex-presidiário que ele julgou; as vacinas são obrigatórias; Professor é chamado de tio, e o Técnico de futebol é chamado de professor; o corrupto de Vossa Excelência. E o melhor de tudo: o Presidente é chamado de Mito”! Pasmem, quantas incoerências!
Fica evidente que vivemos no País das controvérsias, em que o princípio da lógica não funciona na análise de muitos fatos. Lembro de que no Japão o Imperador só se curva diante do Professor, numa prova de reverência e respeito pela importância do seu papel como formador da cultura do seu povo, enquanto aqui os mestres não recebem o mínimo de valorização e reconhecimento, nem mesmo no nível de remuneração pelo seu trabalho e dedicação.
Esse artigo, que inaugura o início de um Ano Novo cheio de expectativas e esperanças, não tem o propósito de acirrar a crença das convicções de qualquer dos segmentos que irão pugnar nas urnas pelo voto popular, principalmente à Presidência da República, sem qualquer dúvida o calo maior do eleitor brasileiro na atualidade. A verdade é que existe uma clara percepção de que se busca uma Terceira Via na disputa política, como alternativa aos dois nomes que lideram a disputa presidencial, pelo menos nas pesquisas. Os demais são figurantes do cenário político, que pensam em alcançar os mesmos objetivos, mas, na verdade, não passam de meros protagonistas.
Considerando que os OPOSTOS SE ATRAEM é temerário e preocupante se imaginar o nível assombroso das coligações que passam a ser pensadas e articuladas a partir desse primeiro dia do Novo Ano! Quem viver, verá...
Um Feliz 2022 para todos!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público - Aposentado do Banco do Brasil – Salvador - BA.
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