Diante dos alertas de mais chuva forte para esta estação, especialistas indicam algumas medidas que podem ajudar a evitar desastres. Entre construções irregulares, moradores tentam contornar um erro de projeto na arquitetura das nossas cidades. Um desequilíbrio que destina a maior parte da população para áreas precárias, perigosas, onde ninguém escolhe morar.
“Eu vi mortes, inclusive amigos nossos foram soterrados. Inclusive um amigo muito próximo meu faleceu também. Nossa preocupação quando chove, a gente fica a Deus-dará”, afirma o porteiro Carlos Alexandre da Cruz comentando enchentes em São Paulo
Esse é um problema social que pede medidas de longo prazo, mas que, com previsão de chuva forte, vira emergência.
Nem é preciso ir longe do centro para encontrar fatores de risco: casas construídas sobre córregos, lixo na margem que pode entupir os sistemas de drenagem. É grande a chance de deslizamentos e desmoronamentos. “Perdi tudo, tudo, tudo”, lamenta um senhor enquanto enxuga a calçada.
Assistimos perplexos ao que a Defesa Civil já vê como tragédias sazonais.
Não é desastre natural, se pode ser evitado. É o que defende o arquiteto urbanista Anderson Kazuo Nakano, professor do Instituto das Cidades da Unifesp.
“Aquelas soluções simples e baratas de armazenar água da chuva em tanque, em vez de deixar que a água escorra imediatamente para a sarjeta ou galerias de água pluvial. Educação ambiental para aquela varredura que se faz ali todo dia na calçada, aquela tubulação entope e, quando chega a chuva, a água não escorre por dentro dessa tubulação, inunda a rua e acaba entrando nos lotes e nas construções”, ressalta.
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