Caminhada por Justiça: Protesto de Lucinha Mota repercute em grande veículo nacional

19 de Dec / 2021 às 09h49 | Policial

A caminhada por Justiça que vem sendo realizada Lucinha Mota, mãe da garota Beatriz Angélica, assassinada a facadas numa escola participar de Petrolina, em 2015, ganha repercussão e grandes veículos já começam a desdtacar o tema.
Neste domingo o UOL repercutiu o protesto de Lucinha Mota numa matéria de destaque. Confira: 

“O dia ainda nem tinha nascido quando Lúcia Mota, 41, apertou os cadarços do tênis para encarar o desafio de concluir uma caminhada de 712 km. O esforço é em memória da filha Beatriz Angélica, assassinada aos 7 anos de idade, em 2015. 
Em mais uma tentativa desesperada de ser ouvida pelo governador, Lucinha, como é chamada carinhosamente por todos na região, saiu de Petrolina -- cidade cenário do crime -- no último dia 5, com destino ao Recife. A missão é ir a pé até o Palácio das Princesas, sede do governo do estado, para pedir justiça por Beatriz.

Foi um ano inteiro de preparação física. O treinamento que, antes, era só para amenizar o estresse, se intensificou com a nova meta. E nessa rota Lucinha não vai só: cada passo é dado com o apoio de duas amigas que seguem ao seu lado -- o que não elimina seu cansaço. "O corpo dói, os pés doem, mas o que dói mais, pode ter certeza, é tirarem um filho da gente", desabafa. 

A bancária Daniliria Cavalcante, 34, faz parte dessa rede de apoio desde o início. "A gente não imaginava que isso fosse se estender tanto", comenta sobre o caso não solucionado. Ela pediu licença do trabalho para acompanhar Lucinha todos os dias. Ao lado, também vai a aposentada Ana Novaes, que mora no Recife e viajou de avião até Petrolina para fazer o retorno a pé. "Eu me espelho de alguma forma, apesar de não conseguir sentir na pele o quão profunda é a dor", diz Deniliria.

Por dia, as amigas caminham entre 20 km e 40 km, a depender da distância entre uma localidade e outra. O sol forte da região impede que o trajeto se estenda muito ao longo do dia. É necessário sair cedo para aguentar chegar até a próxima parada.
Um carro vai acompanhando Lucinha. No comando do apoio está o marido e pai de Beatriz, Sandro Romildo, que conta com a ajuda de mais dois amigos. "Podemos passar 30, 60, 90 dias... uma hora ele [o governador] vai ter que nos atender, uma hora ele vai ter que enfrentar o problema. Chega de indiferença, chega de injustiça, chega de impunidade, chega de incompetência", pede.

No acostamento, ao lado de carros, caminhões e ônibus, que passam buzinando como forma de apoio à causa, ela segue viagem até sumir na linha do horizonte. Na bagagem, a mãe carrega muitas lembranças da filha. "Comigo, no meu corpo, levo apenas recordações de Beatriz", conta

O crime 

Beatriz Angélica Mota Ferreira da Silva foi encontrada esfaqueada dentro de um tradicional colégio de freiras em 2015 -- e o motivo do crime nunca foi revelado. Na ocasião, ela estava acompanhada da família para comemorar a formatura de ensino médio da irmã mais velha.

A noite de festa foi interrompida quando o pai, que era professor na escola, subiu ao palco e começou a chamar por sua filha no microfone. "Beatriz, ô minha filha, onde você tá?", dizia, já angustiado. Enquanto ele clamava por ajuda, a festa continuava -- alguns convidados mais animados não queriam parar a celebração.

Instantes depois, as pessoas começaram a sair da pista de dança. O som parou e os gritos de desespero ressoaram pelo local. Era o choro das primeiras pessoas ao encontrarem o corpo da menina. 

Beatriz foi vista pela última vez em imagens de uma câmera de segurança, às 21h59, quando se afastou da mãe para ir até o bebedouro do colégio. Foram poucos minutos até ela ser encontrada sem vida atrás de um armário, em uma sala de material esportivo, que fica ao lado da quadra de esportes onde se realizava a festa. O grande mistério é que não havia sangue no local, o que aponta que a menina não foi morta ali. O enigma nunca foi solucionado.

A criança estava com uma faca do tipo peixeira cravada no abdômen e apresentava ferimentos no tórax, nos braços e nas pernas. Mais de duas mil pessoas estavam no local e ninguém viu o crime acontecer. O pesadelo de Lucinha tirou o sono de todos na região naquela noite.”.

Confira mais da matéria no UOL:

https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2021/12/19/caso-beatriz-mae-de-crianca-assassinada-com-42-facadas-vai-caminhar-712-km.htm

Da redação redeGN/Com informações do UOL

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