A todo instante somos incumbidos a tomarmos decisões difíceis na vida. Decisões essas que podem comprometer definitivamente o caminho a ser trilhado.
Diante de tanta descrença no que diz respeito a empatia humana vale ressaltar que o momento atual exige bastante cautela nas relações das pessoas. Para isso é necessário percebermos a importância do desenvolvimento da prudência para proporcionar ao ser humano melhores condições de vida.
Para melhorarmos o nosso entendimento sobre a vida, de forma mais simples, consideremos que a palavra “prudência” vem do latim significando literalmente a previsão e sagacidade. A prudência é uma amiga íntima do discernimento e é considerada uma virtude crucial que pode atuar em parceria com a sabedoria, inteligência e o conhecimento.
A prudência é a mãe das virtudes do ser humano. Ela é capaz de conduzi-lo através da verdadeira sabedoria. Porém, em relação a isso, é fundamental expressar que a sabedoria que não gera frutos não é a verdadeira sabedoria. Desta forma, a qualidade das ações produzidas pelas pessoas mostra nitidamente o grau de sensatez delas. Por isso, vale lembrar que as ações cautelosas permeiam todos os aspectos da vida e podem livrar-nos de muitos dos sofrimentos futuros.
Para que haja fraternidade é importante que o homem generoso não seja enganado pelos falsos mestres e nem com eles queira comungar pelo caminho. O que importa dizer é que o homem bom tenha o jogo de cintura para conviver com as adversidades malignas e possa compreender que a bondade não tem nada a ver com ingenuidade.
Uma pessoa pode ser muito boa, mas ela tem as suas imperfeições. Além disso, o ser humano, como ser sociável, está constantemente aprendendo no meio onde vive e cabe a ele escolher o melhor para a sua vida. Sem esquecer-se de que para melhorarmos as relações humanas é salutar dizer que quem possui o autoconhecimento apresenta mais facilidade em conhecer o seu semelhante.
Nessa jornada em busca do autoconhecimento, na escola da vida, vale ponderar que somos capazes de aprendermos com os nossos amigos e, também, com os nossos adversários. Com o sábio amigo aprendemos a ser mais simples nas ruas das vaidades. Com o adversário sagaz somos convidados a aprender a arte da prudência. Não se assuste! Podemos aprender bastante com os nossos inimigos declarados e ocultos. Portanto, cuidado com os bajuladores. Eles podem ser mais perigosos do que o seu inimigo declarado.
Você pode até mesmo dizer que não tem inimizades com ninguém, entretanto, sinto muito em vos dizer que não conseguimos agradar a todo mundo. Por causa disso, nem todo mundo gosta da gente. Isso não é para causar pânico em sua cabeça. Quero, amorosamente, externar a realidade da vida. Diante dessa exposição é preciso cautela para não cairmos na tentação do julgamento ao próximo. Cuidado com as primeiras impressões! Elas são traiçoeiras demais.
O maior desafio do ser humano é vencer a batalha dentro dele. A vitória sobre essa guerra vai depender, estritamente, do nível de maturidade do homem. O amadurecimento de uma pessoa não está ligado diretamente a sua biologia, porque o tempo pode passar e não deixar maturidade alguma. A maturidade é uma questão de consciência. Essa por sua vez, através do conhecimento, gera o discernimento entre o ser e o seu nicho ecológico.
A esse respeito, Platão expressa que “é preferível a ignorância absoluta do que o conhecimento em mãos inadequadas”. Por essa causa vale apresentar a prudência no enfrentamento desses males morais. Para resolução dessa problemática é importante mencionar que em nossos relacionamentos somos capazes de levar as pessoas para cima ou para baixo. Para cima quando queremos o bem das pessoas e para baixo quando as atrapalhamos.
O melhor remédio para a cura das nossas dores é a prática do bem. Quando for necessário expressar os seus sentimentos expresse-os. Use a sua razão com cautela e não se esqueça de que você é um ser humano. Todo mundo é capaz de fazer o bem. Mediante um olhar, aperto de mão, carinho amigo são atitudes transformadoras de vidas. Lembre-se do seu potencial em elogiar ou deprimir a si mesmo e aos outros.
O elogio sincero pode ajudar as pessoas a crescerem na vida ajudando-as a encontrar os seus principais valores, entre eles está o reconhecimento do real tamanho que cada pessoa tem de si mesma. Uma pessoa humilde sabe aproveitar os estímulos que os verdadeiros elogios proporcionam. Para isso, é necessário ter paciência. Paciência é a capacidade de esperar com calma. Escrever isso é muito fácil. Difícil é ser paciente. Feliz daquele que consegue esperar.
Como sugestão, para diminuir a ansiedade causada pela agonia da espera, é preciso trabalhar com os conflitos internos para podermos ativar a disciplina. A disciplina é um estado elevado de consciência que nos permite está sempre envolvidos com os sentimentos nobres direcionados para o bem, o belo e o verdadeiro.
Nesse dilema, não custa dizer que, nem tudo que é gostoso faz bem. Às vezes começa doce e termina amargo. Desta forma, vale salientar que as emoções que fazem parte do ciclo de vida das pessoas carecem de muitos cuidados. Principalmente no que diz respeito ao ciclo das neuroses. Sendo assim, o maior desafio é não sabermos administrá-las.
Através dessas neuroses somos convidados a compreender que os maus hábitos são os vícios e os bons hábitos são as virtudes. A partir desse conhecimento é valioso não confundir falta de controle com coragem ou valentia. A coragem não é a ausência do medo e sim o equilíbrio dele. É necessário coragem para vencer a raiva, culpa, medo e o controle.
A raiva nos prepara para a fuga ou para a luta. Ela nos prepara para nos proteger das ameaças reais ou imaginárias. Contudo, sabemos que o excesso e a permanência da raiva, no ser humano, pode destrui-lo. A culpa, por sua vez, nos prepara para o arrependimento ou remorso. Simplificando pode-se afirmar que o arrependimento (tem o sincero desejo de reparar os danos causados). Já o remorso (almeja apagar da existência o que fez de errado). Culpa não é um sentimento. É uma reação emocional resultante do aborrecimento que causamos aos outros ou a nós mesmos. Sendo capaz de gerar prejuízos reais ou imaginários.
Ainda falando sobre as neuroses, o medo é uma ferramenta importante para manutenção da vida na Terra. Entretanto o medo exagerado é capaz de inviabilizar as potencialidades da humanidade causando abalos e terrores. O medo do desconhecido é um forte fator para o impedimento de uma vida saudável e harmoniosa. Ligado a isso, percebe-se que a busca descontrolada pelo poder do controle acaba escravizando o controlador.
Diante de tantas responsabilidades nas escolhas da vida é oportuno deixar uma máxima universal que diz “cuida dos teus defeitos para não seres explorados por eles”. Dentro desses defeitos, como exemplo, analisa-se que há quem passe por uma floresta frondosa e só consiga visualizar madeira para a sua fogueira. O egoísmo é a fonte de todos os problemas da humanidade.
Junto ao egoísmo verificamos a atuação do orgulho (que é um conceito exagerado de si mesmo), da soberba (orgulho exagerado) e do complexo de inferioridade sendo a antítese da soberba. Essas informações nos remetem a relembrar que o ser humano é frágil e limitado que já nasce morrendo.
Sendo assim, portanto, como sugestão de prudência se veja no espelho do outro para não ser obrigado a comprar um espelho. Ou seja, que venhamos aprender com os erros dos outros para não ser preciso sofrer igualmente. Quando a razão é egoísta ficamos indiferentes diante da dor alheia. Por isso, meus amigos, vamos cantar as nossas dores para ver se os males espantam mesmo. Viva um dia de cada vez dentro das suas possibilidades. Não se esqueça que ninguém consegue fugir de si mesmo.
Josiel Bezerra - Professor de Biologia - Mestrando UPE (Universidade de Pernambuco) - Ciência e Tecnologia Ambiental.
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