Agora as leis estão reconhecendo a riqueza do forró, mas ele sempre foi nosso patrimônio cultural. E quem decide isso é o povo, nenhuma lei ou decreto.” A fala de Leda Alves, estudiosa da cultura popular e ex-Secretária de Cultura do Recife, rememora a resistência da comunidade forrozeira na preservação de um dos mais autênticos gêneros musicais brasileiros e nordestinos.
No próximo dia 13 dezembro, Dia do nascimento de Luiz Gonzaga, Mestre da Sanfona e Dia Nacional do Forró, acontece a solenidade de entrega do título de Matrizes Tradicionais do Forró como Patrimônio Cultural Brasileiro.
Para se alcançar este fato, existe uma história verdade e de muito bom combate, perseverança, liderança coletiva. Joana Alves. São décadas de resistência, fóruns, rodas de conversas, palestras, discussões sobre a profissionalização das matrizes do Forró, debates sobre o registro das matrizes tradicionais do forró.
O forró, ritmo musical representante da cultura brasileira, está prestes a se tornar patrimônio cultural imaterial do Brasil. O ritmo surgiu no século 19 e foi difundido por todo o País pelo cantor e compositor Luiz Gonzaga.
O pedido foi feito pela Associação Balaio do Nordeste e pelo Fórum Forró de Raiz da Paraíba e teve adesão de 423 forrozeiros de todo o País, por meio de abaixo-assinado. O pedido está em tramitação no Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o forró vai se juntar ao frevo, maracatu, samba do Rio de Janeiro, samba de roda do Recôncavo Baiano e ao caboclinho pernambucano.
Com o título de Patrimônio Cultural do Forró é necessário se pode construir propostas para a salvaguarda e cobrar políticas publicas para a economia que movimenta a economia.
Joana Alves é a responsável pelo pedido de reconhecimento como patrimônio cultural imaterial do Brasil surgiu no ano de 2011, em meio a diálogos da Associação Balaio Nordeste com forrozeiros atuantes no Estado da Paraíba que passaram a organizar o Fórum Forró de Raiz.
O movimento articulado busca a promoção de debates e ações voltadas para a melhoria das condições de cidadania dos artistas que trabalham com o forró em suas diversas denominações.
Joana Alves licenciada em Educação Artística pela UFPB – Universidade Federal da Paraíba com especialidade em artes plásticas, é também artesã, produtora e articuladora cultural. Fundadora e presidente da Associação Cultural Balaio Nordeste (ACBN), instituição cultural sem fins lucrativos, atuou em várias frentes de valorização e promoção da cultura popular à exemplo da criação da Orquestra Sanfônica Balaio Nordeste, da Escola de Música Mestre Dominguinhos, do documentário/DVD do músico Pinto do Acordeon (parceria com o IPHAN), do Fórum de Forró Raiz e do I, II e III Encontro de Foles e Sanfonas da Paraíba., entre outras dezenas de eventos.
Joana Alves é o nome referência e responsável pelo título do Forró ser a partir de dezembro Patrimônio Cultural do Brasil.
Nos últimos 10 anos Joana foi garra, determinação na busca de alertar, valorizar e pelejar para promover o Encontro Nacional para Salvaguarda das Matrizes do Forró como Patrimônio Imaterial Brasileiro (parceria com o IPHAN), Homenagem a Luiz Gonzaga (edições 2012, 2013, 2014 e 2015); Forró Solidário do Balaio Nordeste (edições 2011, 2012, 2013, 2014 e 2015), Mulheres Pintando o Sete (homenagem a cantora Marinês) e Balaio Nordeste Rumo à França.
Nascida no dia 07 de fevereiro de 1944 em Pirpirituba, Paraíba e mora em João Pessoa. Registrada como Joana Alves da Silva, conta que aos sete anos de idade ouvi pela primeira "Asa Branca" com Luiz Gonzaga. "Foi que me embalei com a cultura nordestina, especialmente o Forró", diz Joana.
"Para que um bem receba o título de Patrimônio Cultural é necessário demonstrar sua relevância para a memória nacional, sua continuidade histórica e de que forma este bem carrega as referências culturais de grupos formadores da sociedade brasileira", explica o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) do Iphan, Tassos Lycurgo.
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