Não há qualquer dúvida, que suprimir festas tradicionais do calendário é algo que mexe profundamente com as emoções das pessoas, sobretudo quando se imagina um povo de vocação alegre e “festeira” como o brasileiro e, em particular, pela característica inata na gente nordestina.
Suprimir festejos e manifestações populares e religiosas, típicos de cada região, carregados de marcantes e indefectíveis traços culturais, como o Carnaval, as Festas Juninas, Folia de Reis, Círio de Nazaré, Festa do Peão de Barretos, Lavagem do Bomfim, dentre outras, é algo que chega a ser impensável, principalmente por muito tempo, quadro com o qual já convivemos há quase dois anos.
Não obstante o amplo universo de reflexão gerada por tudo isso, além da ampla complexidade das posições divergentes, seja pelo grau de entendimento e análise pessoal de cada um ou, ainda, por razões de identidade solidária com o entendimento da liderança política, o fato gerador de tudo isso tem de ser submetido a uma avaliação independente, coerente e corajosa por quem de direito, assim como a compreensão por cada cidadão brasileiro. Mesmo entendendo que o nosso povo precisa desse combustível de alegria, como forma de superação de tantos desmandos e tantas decepções vividas no seu dia a dia.
Tenho o entendimento de que quando qualquer Nação do mundo vive um problema de certa intensidade ou conflitos internos, se este for de natureza político-institucional, cabe-lhe, obviamente, em respeito aos direitos reservados pela autodeterminação dos povos, buscar a própria solução e a superação de tais dificuldades. Contudo, quando essa Nação sofre, por extensão, os efeitos de uma Pandemia tipificada como uma tragédia de mais de 5 milhões de mortes em todo o mundo, a luta pela sobrevivência já passa a ser uma batalha universal e não uma sofrida peleja isolada de um só povo. E é aqui que está o “X” da questão. É aqui que está a pergunta que não quer calar: Quer pagar para ver?
Diante desse contexto, impõe-se que os estudos e pesquisas para o combate ao vírus, bem como as soluções perseguidas para proteger as populações quanto à maneira de conviver num estado grave de Pandemia ou em defesa da própria vida, será necessário que se adote os bons exemplos praticados no resto do mundo, e não conduzido internamente com soluções individualistas e exclusivistas, ou até como objeto das nojentas demandas político-partidárias. Isso é politizar a dor e o sofrimento das pessoas. Ou até mais que isso, é a plena demonstração da falta de sensibilidade humana que alguém pode ter.
Na medida em que se aproxima o final de ano, é grande a inquietação e a cobrança por uma decisão dos Governadores e Prefeitos – já que o Governo Federal vive o conforto de só comprar e pagar vacinas! -, visando liberar tudo nesse período de Réveillon e Carnaval. O coração pede, naturalmente, mas vamos ver o exemplo do que está acontecendo pelo Mundo com os países que liberaram tudo, acreditando que o Vírus tinha passado? Vejamos alguns registros:
- Casos de COVID-19 disparam – quarta onda – e a Irlanda limita horário de bares e restaurantes;
- A Alemanha impõe novas regras para o uso do transporte público, face ao COVID;
- Com a nova onda de COVID-19, Amsterdã cancela festa de Réveillon;
- República Tcheca proíbe acesso de não vacinados a restaurantes e bares;
- A Áustria decreta lockdown e confina toda a população, e torna a vacina obrigatória;
- A Rússia decreta lockdown total por duas semanas;
- Europa volta a se tornar o epicentro da pandemia de coronavírus.
Esta semana a situação foi considerada de “muito elevada preocupação” em países, como: Croácia, Grécia, Hungria, Polónia e Eslovénia, enquanto outros 17 países estão em "elevada preocupação", e Portugal está no grupo de “preocupação moderada”, com a Finlândia, França, Malta e Suécia.
Precisa comentar? Alguém está tendo conhecimento desses fatos? Será que a imunidade total chegou aqui e até o final do Artigo não tomei conhecimento? Se na Europa essa doença está voltando com toda força e aqui apenas diminuiu devido à vacina, será que é mesmo a HORA DE VOLTAREM AS FESTAS?
AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador-BA).
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