O presidente Jair Bolsonaro se posicionou, nesta quinta-feira (25), contra a realização das festas de Carnaval no próximo ano, mas destacou que a decisão não cabe a ele. O chefe do Executivo aproveitou para culpar governadores pelo surto da covid-19 no país, em declarações dadas durante entrevista à Rádio Sociedade da Bahia.
“Por mim não teria Carnaval. Só que tem um detalhe: quem decide não sou eu. Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), quem decide são os governadores e prefeitos. Então, não quero me aprofundar nessa que, poderia ser, uma nova polêmica. Em fevereiro do ano passado, ainda estava engatinhando a questão da pandemia, pouco se sabia, praticamente não tinha óbito no Brasil, eu declarei emergência e os governadores e prefeitos ignoraram, fizeram Carnaval no Brasil”, alegou.
Durante a entrevista, o presidente relembrou ainda o que aconteceu no ano passado quando ele declarou emergência no auge da pandemia, mas os governadores e prefeitos ignoraram e realizaram o Carnaval.
"As consequências vieram. Chegamos a 600 mil óbitos. E alguns tentaram imputar a mim essa responsabilidade. Não tenho culpa disso. Não estou esquivando, nem apontando outras pessoas. É uma realidade, é uma verdade. Todo o trabalho de combate à pandemia coube aos prefeitos e aos governadores. O que coube a mim? Mandar recursos", reclamou.
Em relação à nova onda de Covid-19 na Europa e às restrições que já começaram a ser impostas por alguns países, Bolsonaro manifestou preocupação com a economia. "Estou vendo que alguns países da Europa estão retomando medidas de lockdown. Se tiver outro lockdown no Brasil, em estados e municípios, vai quebrar de vez a economia", disse.
Capitais brasileiras com tradição carnavalesca mantêm sob dúvidas a realização da festa em 2022 no momento em que a Europa já enfrenta uma quarta onda de covid-19. Só o Rio de Janeiro confirmou o carnaval no ano que vem. Em São Paulo, a decisão será tomada até o final do ano. O prefeito de Recife, João Campos (PSB), chegou a propor a criação de um comitê de prefeitos de capitais, incluindo Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte. A capital mineira já anunciou que não vai patrocinar a festa, como de costume. Salvador ainda não confirmou o evento.
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