Uma das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) edição 2021, que teve o primeiro dia de prova realizado ontem domingo (21 de novembro), abordou a história do Museu de Luiz Gonzaga, criado em 2011, por Pedro Lucas Feitosa, no distrito Dom Quintino, em Crato, Ceará.
A história ganhou visibilidade internacional através do documentário “O menino que fez um Museu” (2016), do jornalista Sergio Utsch. A produção independente foi premiada em Londres pela Foreing Press Association (FPA), associação de correspondentes estrangeiros mais antiga do mundo, fundada em 1888.
A 8ª questão da prova de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, é um recorte de uma matéria do portal O Povo. Cerca de 3.109.762 pessoas se inscreveram para realizar as provas nos dias 21 e 28 de novembro.
Em contato com a reportagem da REDEGN, o fundador criador do Museu, Pedro Lucas Feitosa, revelou que ficou surpreso com a informação e lógico com o tema que agora ganha destaque nacional e põe mais uma vez a cultura em visibilidade com a questão do Enem 2021. “A ficha ainda não caiu. Estou muito feliz e isto agradeço a todos que acreditaram neste sonho desde o início e espero que daqui em diante a valorização da cultura brasileira, a partir de Luiz Gonzaga prossiga com mais determinação na busca da cidadania e dignidade humana".
Atualmente com apenas 16 anos, o adolescente estuda na Escola Profissionalizante no Curso de Produção Audivisual.
Pedro Lucas também agradeceu o empenho e pautas da REDEGN, um dos principais meios de comunicação do Nordeste em divulgar a história do Museu e destacar a cultura brasileira.
Em 2018, em visita ao Museu Luiz Gonzaga, no Distrito de Dom Quintino, o jornalista Ney Vital, esteve com Pedro Lucas.
Pedro Lucas Feitosa, então com 8 anos, voltou encantado de uma visita que fizera ao Parque Asa Branca/Museu do Gonzagão, em Exu, Pernambuco. Ao voltar para a sua casa, no Crato (Cariri cearense), Pedro Lucas já sabia como dar vazão à admiração que nutria por Luiz Gonzaga: ele criaria um museu dedicado ao Rei do Baião, na casa em que sua falecida bisavó morava, vizinha à dele.
O espaço, localizado na rua Rua Alto da Antena, no distrito de Dom Quintino, reúne cerca de 100 objetos que recriam a época em que Gonzagão viveu. Pedro Lucas guia as visitas no local, contando a história de cada objeto do museu, função que divide com o primo, Caio Éverton. Além de vinis do artista, o museu exibe sanfonas, ferramentas de trabalho e utensílios, partes do universo cantado por Luiz Gonzaga e seus parceiros.
Esta história virou filme e ganhou a Europa, foi exibido nos Festivais Internacionais, em Londres e Italia. A história de Pedro Lucas também foi exibida na Mostra de Cinema de Outro Preto, Minas Gerais.
Com 20 anos de jornalismo, sete deles dedicados à cobertura internacional, Sérgio Utsch prefere dizer que é um contador de histórias. Mesmo em situações difíceis, como guerras, atentados e crise de refugiados, o correspondente mineiro sempre buscou abordagens humanas, tentando explicar, como ele mesmo destaca, um pouco das complexidades de uma determinada cultura.
É com esse olhar do contador de histórias que Utsch se aventurou no cinema, estreando como diretor no curta-metragem “O Menino que Fez um Museu”, um dos destaques da programação da Mostra de Cinema em todo o Brasil e Europa.
A oportunidade surgiu quando chegou em suas mãos um vídeo de um garoto cearense de 10 anos que criou um museu dedicado ao músico Luiz Gonzaga.
“Pedro Lucas é também um contador de histórias. É ele quem conduz o filme com seu jeito divertido na maneira como narra a história dele, do museu e dos personagens de Dom Quintino, distrito de Crato, Ceará.
Utsch admite que fez o filme pensando em festivais internacionais. No interior do Ceará, um menino então com 10 anos transforma uma casa de barro no primeiro museu de sua cidade. O documentário mostra a história de Pedro Lucas, um pequeno brasileiro orgulhoso de suas origens e muito sensível em relação aos problemas do Nordeste.
O Museu Luiz Gonzaga, além de uma homenagem ao cantor, é uma viagem pela comunidade, pela cultura nordestina e pelos sentimentos de Pedro Lucas. O filme foi gravado em 2016 e finalizado em 2017 por uma equipe de profissionais brasileiros e britânicos em Londres. É resultado de uma tentativa de mostrar um Brasil desconhecido pelo mundo e por muitos brasileiros.
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