Na civilização humana, em todos os tempos as gesticulações passaram a simbolizar determinados comportamentos e construir significados diversos para cada sociedade e para cada povo.
Gestos humanos servem tanto para simbolizar comportamentos positivos, bem como comportamentos negativos. E ambos têm consequências.
Exemplos não faltam em nossa sociedade atual, em que um gesto pode significar uma agressão pior do que a utilização da linguagem verbal. Pois eles servem tanto para elogiar ou para significar um protesto público como para exprimir uma agressão irreparável. Dois gestos simbólicos servem para exemplificar tais coisas.
No primeiro caso, o exemplo foi o do ex-jogador do Atlético Mineiro Reinaldo, que no primeiro jogo da Copa de 78 contra a Suécia, fez o gol e comemorou com os punhos cerrados, gesto atribuído ao símbolo internacional de luta por direitos humanos e sociais e incorporado à luta antirracista com os Panteras Negras. Resultado: os militares o proibiram de jogar o resto daquela Copa, porque se sentiram agredidos.
No segundo caso, o jogador grego Giorgos Katidis, que jogava pelo AEK Atenas em 2013, foi banido para sempre de jogar pela seleção do país depois de fazer uma saudação nazista, para comemorar seu gol durante uma partida. Na época, a Federação de Futebol Grega qualificou o gesto como uma 'provocação grave', que insultou 'todas as vítimas da bestialidade nazista'.
De modo que, é bom que cada um de nós nos eduquemos em relação ao assunto, para a cada vez que façamos um gesto qualquer, tenhamos a exata dimensão do que estamos prestes a fazer com cada cultura, cada povo, cada credo, cada "bolha", cada significado histórico, político, cultural e social. Porque gesto também é atitude.
Por Genaldo de Melo
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