“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”. (Chico Xavier)
Qualquer semelhança do extraordinário pensamento de Chico Xavier com as indecisões que permeiam e dominam os atores do teatro político, seja no sertão de Uauá, nos Municípios de Juazeiro e Petrolina, nos 417 municípios da Bahia ou nos 5.565 Municípios de todo o Brasil, é mera coincidência.
As atitudes e comportamentos das pessoas, marcados por erros e acertos, idas e vindas, começos e recomeços, afastamentos e adesões, avanços e recuos, são componentes naturais que povoam as suas vidas nos instantes em que são convocadas a uma tomada de decisão, principalmente quando esse momento é o processo eleitoral, onde, assim como no futebol, cada um tem o seu time!
Sem dúvida que eleger novos administradores ou governantes tem um significado de valor muito especial para o cidadão, pelo poder de aprovar ou reprovar, mas cujo julgamento sofre as influências de todos os matizes, alguns nem sempre valorizando a independência e a liberdade. Ainda assim, o poder de escolha que o voto representa engrandece os nobres princípios democráticos diante de cujos direitos o cidadão jamais deve transigir, ou se omitir.
Fala-se muito na figura da “fidelidade partidária”, que no contexto político atual nada mais é que um instrumento jurídico de vínculo obrigatório de alguém detentor de cargo eletivo com o “seu” Partido, quando essa relação deveria ser pelos caminhos dos princípios ideológico-partidários defendidos por cada um. O que se vê, contudo, são adesões por interesse, constituição de partidos nanicos e de aluguel que, algumas vezes, são legítimos participantes de uma orgia de negócios que somente envergonha o sistema político nacional. E isso não sou eu que afirmo, são fatos amplamente noticiados pela mídia.
Impõe-se uma consciência de que é impossível voltar ao passado para consertar os equívocos cometidos e “fazer um novo começo”. Para os que se integram a essa prática corrosiva, a recomendação contida no pensamento de Chico Xavier, de que “qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim” perde a sua importância e adequação, porque eles são, geralmente, destituídos de objetivos e de qualquer interesse num “novo fim”. As práticas nocivas do passado prevalecem sobre os novos tempos, interferindo no processo de reconstrução e inovação. Essa infelicidade, lamentavelmente, persiste!
Ao cidadão comum, todavia, deve ser respeitado o direito da reflexão quanto aos passos dados no passado, assegurada a alternativa ao redesenho de suas vidas e reconhecida a sua potencialidade em “FAZER UM NOVO FIM”.
AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador-BA).
© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.