Marília Mendonça morreu, aos 26 anos, em um acidente de avião em Minas Gerais. “Rainha da sofrência”, “Patroa”, a cantora foi responsável pelo ascensão explosiva das mulheres no sertanejo. O Brasil perdeu, nesta sexta-feira (5), uma das artistas de maior sucesso e representatividade da atualidade.
Nascida em 22 de julho de 1995, em Cristianópolis, Goiás, a artista começou a se destacar como compositora muito jovem, aos 12 anos. Ainda criança, escreveu a canção “Minha Herança”, assinada por ela e por Frederico.
Nesse mesmo período, Marília Mendonça compôs também “Vai ter balanga”. Apesar da pouca idade, começou a colecionar grandes sucessos como compositora. Suas letras ganharam fama sendo interpretadas por grandes nomes da música.
“É Com Ela Que Eu Estou” – na voz de Cristiano Araújo, “Até você voltar” e “Cuida Bem Dela” – da dupla Henrique & Juliano são alguns dos sucessos escritos por Marília.
O cantor Cristiano Araújo, que era amigo de Marília Mendonça, morreu em um acidente de carro em Goiás, em 2015. Juntos, eles embalaram o sucesso “Se olha no espelho”.
Sucessos
Em 2015, Mendonça lançou seu EP de estreia, mas o destaque veio após lançar seu primeiro DVD homônimo em 2016, que recebeu certificado de disco de tripla platina pelas 240.000 cópias vendidas.
A música “Infiel”, presente no álbum, rapidamente se tornou uma das canções mais tocadas no Brasil e recebeu certificado de disco de diamante triplo, trazendo à cantora a visibilidade nacional.
Em 2016, lançou seu segundo DVD – Realidade, o repertório contava com músicas inéditas, umas delas virou o hit: “Eu Sei de Cor”.
Atualmente, a artista colecionava alguns dos maiores hits do Brasil, como “Infiel”, “Supera”, “Ciumeira” e “De quem é a culpa”.
Querida por diversos artistas, Marília Mendonça colecionava parcerias musicais de sucesso: Luan Santana, Wesley Safadão, Henrique & Juliano, Maiara & Maraisa, Léo Santana, Mano Walter e Jorge & Mateus são alguns dos artistas que dividiram apresentações com a cantora.
O projeto “Todos os Cantos”, realizado em 2019, rendeu à artista o Grammy Latino na categoria Melhor Álbum de Música Sertaneja. A turnê inovadora levou shows da cantora para todas as capitais do Brasil.
Precursora do “feminejo”
Seu sucesso no sertanejo trouxe a Marília a fama de “rainha da sofrência”. Ela é uma das precursoras do movimento “feminejo”, marcado pela ascensão das mulheres cantando o gênero que, até o início dos anos 2000, era predominantemente masculino.
Outras mulheres passaram a despontar no sertanejo junto com o sucesso de Marília Mendonça, como as duplas Simone e Simaria e Maiara & Maraisa.
Seu trabalho mais recente é o projeto “As Patroas”, em parceria com a dupla Maiara & Maraisa. O disco foi gravado durante uma live apresentada pelas sertanejas, quando os artistas se reinventaram e trocaram os palcos pelas transmissões online devido à pandemia de Covid-19.
Para 2022, as cantoras planejavam subir juntas aos palcos, em quatro apresentações, em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília.
Sucesso na internet
Em abril do ano passado, no começo da pandemia, a cantora quebrou o recorde mundial de espectadores simultâneos em uma live no YouTube, quando atingiu 3,2 milhões de pessoas ao mesmo tempo. A cantora seguia a tendência de artistas brasileiros em exibir shows pela internet com o objetivo de arrecadar fundos para as vítimas de Covid-19.
À época, como diferencial, a live da cantora contou com a participação de um intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais).
Marília se destaca ainda pelo grande número de seguidores nas redes sociais. Só no Instagram, o perfil oficial da cantora conta com 36,5 milhões seguidores.
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