Após a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar que a Europa “enfrenta ameaça real de ressurgimento da Covid-19”, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que monitora a situação da pandemia no Brasil, destacou que vivemos uma fase no país “de maior alívio, mas não de menor preocupação”.
Os pesquisadores do Observatório da Fiocruz ressaltam que a Europa apresenta altas taxas de transmissão e circulação da Covid-19, e vive o espalhamento de novas variantes. A instituição afirma que o Brasil precisa “aprender com as lições que a Europa tem dado para não errar nos mesmos pontos”.
Os pesquisadores reforçaram a necessidade de o país não relaxar precocemente as medidas de distanciamento e de proteção, como a manutenção do uso de máscaras e de avançar na cobertura vacinal.
Os cientistas da Fiocruz avaliam que os indicadores do Brasil mostram um recuo dos casos diários de internações e óbitos e uma cobertura vacinal crescente, porém ainda abaixo do patamar de 80% – média considerada segura pelos cientistas para a implantação de medidas de flexibilização.
Para o pesquisador Raphael Guimarães, as vacinas continuam sendo fundamentais para a manutenção do atual bom momento pandêmico no Brasil, porém, é necessário aumentar as taxas de imunização, ou seja, fazer com que mais pessoas tomem as vacinas para que a circulação do vírus continue em queda e não tenhamos o surgimento de novas variantes, como ocorre no velho continente.
“Temos que estimular o aumento da cobertura vacinal, que em algum momento tenderá a desacelerar, e irá exigir esforço para um trabalho em nichos com maior resistência à aplicação do imunobiológico. Isso é fundamental para controlarmos a pandemia”, apontou.
Em nota, os pesquisadores do Observatório da Fiocruz acrescentam que “caminhamos rumo à vitória contra a Covid-19, mas para que tenhamos êxito ainda precisamos intensificar a vacinação, reforçar a necessidade ainda de medidas de proteção como uso de máscaras e distanciamento físico de locais com aglomeração sempre que possível”.
Atualmente, cerca de 121.002.280 pessoas estão com o ciclo vacinal completo no Brasil. O número representa 56,9% da população totalmente imunizada (seja com as duas doses ou com a dose única contra a Covid-19). Número este abaixo dos 80% ditos pela Fiocruz como ideal para se ter maior segurança no combate ao vírus.
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