O saldo de empregos formais gerados em 2020 foi reduzido quase pela metade após ajustes feitos pelas empresas e registrados no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mantido pelo governo.
De acordo com os ajustes feitos até setembro de 2021, foram geradas ao longo do ano passado 75.883 vagas de emprego formal, resultado de 15.437.117 admissões e 15.361.234 desligamentos, conforme o Painel de Informações do Novo Caged.
Esse número que é 46,82% menor que o divulgado pelo governo em janeiro deste ano, que apontava a criação de 142.690 vagas, fruto de 15.166.221 admissões e de 15.023.531 desligamentos.
Em nota o Ministério do Trabalho e Previdência ponderou que a diferença do saldo do Caged é uma mudança do resultado bruto de contratações e desligamentos – 2,25% a a mais de demissões e 1,8% a mais de admissões. “ Essa pequena diferença se deve a declarações realizadas fora do prazo pelas empresas declarantes”, diz o texto.
A divulgação dos números em janeiro foi comemorada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro.
Na ocasião, Guedes declarou que apesar do “ano terrível”, que retraiu a economia em 4,5%, a geração de 142 mil novos empregos era um bom sinal. Bolsonaro também frisou que, apesar da pandemia, o país tinha conseguido fechar o ano com saldo positivo de empregos.
A metodologia do Caged havia mudado em 2020 e alguns especialistas apontavam o risco de subnotificação dos dados, especialmente para casos de empresas que teriam fechado as portas e não informado ao governo o número de demissões.
Esse processo pode ser feito em até 12 meses, que compõe a chamada série com ajustes. Foram essas novas inclusões, tanto no número de admissões quanto de demissões que resultaram nesse novo saldo.
O Ministério do Trabalho, ainda em nota, reforçou que mesmo após a revisão o saldo do Caged se manteve positivo e que o desempenho do mercado formal em 2021 segue bom.
A pasta esclarece que os dados do Caged podem ser atualizados até 12 meses após a data da movimentação e que a possibilidade de fazer esse tipo de declaração fora do prazo, que já havia no antigo Caged, ficou “um pouco maior neste momento devido ao processo de transição para a declaração via eSocial, que ocorreu para um número significativo de empresas ao longo de 2021”.
“Reforçamos que os dados anunciados são reais e obedecem às informações declaradas pelas empresas, podendo ser ajustados para 2020 até o final de 2021. Todos os meses esses dados são atualizados e disponibilizados de forma transparente no painel público do Caged”, finaliza a nota.
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