A China é um mercado promissor para o Brasil exportar melões, fruta predileta dos chineses, e a única que pode ser importada do País para o gigante asiático, devido às regras aduaneiras do governo chinês. Desde 2017, o volume total consumido é em média 12 milhões de toneladas. Somente em 2020, o mercado de melão na China registrou um volume de consumo total de 12,4 milhões de toneladas.
O melão é considerado um alimento comum e seus principais consumidores são famílias de renda média. Foi o que apontou estudo da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) em parceria com entidades setoriais e a Euromonitor International, serviço de consultoria que oferece inteligência estratégica customizada.
Apesar de o melão importado do Brasil ser mais caro do que o produzido internamente na China, o produto nacional é considerado premium. Por exemplo, o melão brasileiro custa em média US$5,96/quilograma versus uma variação entre US$1,78 e US$4,48/quilograma do produto local na província de Xinjiang local).
E os dados do Euromonitor apontam que os consumidores chineses buscam por qualidade, e não por preço baixo. O estudo revela que a população chinesa é a mais atenta à forma como os produtos são fabricados. Apenas 7,8% dos entrevistados chineses acham que “preço baixo” é um fator decisivo na compra de alimentos frescos, por exemplo.
O analista de Gestão e Negócios na Apex-Brasil, Guilherme Nacif, vislumbra uma excelente oportunidade de o Brasil expandir seu mercado na China. “Com foco nesse segmento, os exportadores brasileiros devem buscar presença no varejo online, o qual se tornou especialmente popular para compras, e ampliar seus negócios. O melão brasileiro é uma oportunidade para os exportadores brasileiros elevarem sua renda”, destaca.
Desde o lockdown imposto pela Covid-19, as compras online se tornaram constantes e agora viraram rotineiras. Uma pesquisa realizada em setembro de 2020 mostrou que, aproximadamente, 60% dos consumidores chineses compram frutas frescas pela internet regularmente.
Uvas e abacates: Atualmente, os países que podem exportar frutas frescas para a China são determinados pelas autoridades aduaneiras. Apesar do Brasil só poder exportar melões para território chinês, processos de obtenção de licenças de exportação para uvas e abacates estão em andamento.
A avaliação dos consumidores chineses é bastante positiva para a entrada de novos produtos, visto que a população tem adotados hábitos mais saudáveis, e preferem alimentos completamente naturais.
O consumo total de frutas na China alcançou 113 milhões de toneladas em 2020 e deve crescer 16,8% em 2021. O mercado total de frutas chegou a US$ 138,9 bilhões em 2020 e estima-se um crescimento de 6,5% em 2021.
Outro fator que vem influenciando escolhas saudáveis é o aumento da população obesa, com 18 anos ou mais. O total foi de 47,4 milhões em 2010 para 90,3 milhões em 2020. Por conta disso, os chineses estão buscando reduzir o consumo de açúcar e priorizando chás e sucos mais saudáveis, além de produtos alimentícios frescos.
A Apex-Brasil orienta os produtores brasileiros que desejam exportar frutas tropicais para esse mercado a rotular seus produtos como “completamente naturais” e “não transgênicos”, e enfatizar a qualidade dos alimentos.
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