Numa ação interprofissional e visando trabalhar de forma humanizada e integrativa, os Colegiados de Psicologia e Nutrição das Faculdades UniFTC de Petrolina e Juazeiro, promoveram uma roda de conversa sobre 'Comportamento Alimentar', através de um debate sobre como o indivíduo se relaciona com a comida e seu corpo.
A proposta da ação foi sair do padrão tradicional de falar apenas da fisiologia na Nutrição, aspecto comum nas práticas de alguns atendimentos, e abordar questões comportamentais, psicossociais, emocionais, dentre outros fatores que influenciam no ato de comer.
O encontro reuniu estudantes das duas graduações, no auditório da UniFTC da cidade pernambucana. O diálogo entre os cursos contou com a participação da docente de Psicologia, Bianca Próspero e as estagiárias do curso, Aline Gomes e Ana Carolina Serafim, e da professora de Nutrição, Tuane de Carvalho.
A Nutrição atua nos comportamentos alimentares e a Psicologia é a ciência que descreve as mudanças de comportamento. A Nutrição Comportamental é o estudo que busca a solução para problemas ligados à alimentação, valorizando a conduta, atitudes e o modo de se comportar.
De acordo com Tuane, a alimentação envolve não apenas o ato de ingerir a comida e atender as necessidades nutricionais. "É uma relação social, de prazer, cultura, por isso, muitas vezes a adesão do paciente não é positiva e eficiente na terapia nutricional quando o especialista foca apenas no funcionamento do organismo. O nutricionista comportamental deve procurar compreender o que está por trás da sua forma de comer. Perceber quais gatilhos levam o paciente a ter o desequilíbrio alimentar".
A professora aproveitou para falar do aumento da obesidade no país e no mundo. "Hoje é muito comum saber o que é uma alimentação saudável pelas redes sociais ou na internet, de uma forma geral. O acesso à informação está muito fácil e mesmo assim, notamos um crescimento da população com sobrepeso ou obesidade. Porque as pessoas têm conhecimento e não aplicam", pontuou.
Na opinião do aluno do 7º período do curso de Nutrição, Rafael Xavier, o encontro foi excelente. "Um debate multidisciplinar é muito importante para entendermos a atuação das áreas no comportamento dos indivíduos. São explicações que vão orientar e dar embasamento a nossa vida acadêmica e a futura carreira profissional", justificou.
O atendimento multidisciplinar é que traz resultados satisfatórios, afirma a psicóloga e professora da UniFTC de Petrolina, Bianca Próspero. "O acompanhamento psicológico é uma maneira eficaz de identificar as questões emocionais que possam estar afetando a alimentação do indivíduo. A Psicologia influencia de forma direta no comportamento alimentar, pois este assunto não perpassa apenas por questões fisiológicas ou puramente comportamentais, mas também psicológicas e sociais", explicou.
Quem nunca ouviu falar daquelas pessoas ansiosas que acabam descontando na comida? perguntou a especialista. "Alguém que se sinta infeliz pode compulsivamente comer mais doces, já que o alimento produz endorfina, proporcionando prazer. O psicólogo ajuda a identificar quais fatores emocionais estão afetando a alimentação", evidenciou Bianca.
Lunara Damasceno, estudante do 2º período de Psicologia, afirmou que a forma de se alimentar estimula a mente e o corpo. "Quando estou muito ansiosa, por exemplo, não consigo ingerir nada, já tem pessoas que comem sem controle. A pandemia trouxe também mais forte este descontrole alimentar e psicológico na vida das pessoas, por isso é tão essencial o equilíbrio, que deve ser orientado desde a infância. A palestra foi muito importante para nossa carreira profissional e para a vida pessoal", elogiou.
As mediadoras da Roda de Conversa foram as coordenadoras dos cursos de Nutrição da UniFTC de Juazeiro, Sibery dos Anjos e de Psicologia da UniFTC de Petrolina, Jackeline Souza.
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