Coletivo individualista homenageia Matheus Moura, filho, aluno, amigo e ciclista querido por todos

28 de Sep / 2021 às 23h00 | Espaço do Leitor

Quanto custa uma paixão? Infelizmente para Matheus Moura (Matheuzinho) que aos 22 anos de vida, em plena vida curtia a sua magrela, paixão avassaladora que o preenchia de alegrias e amigos, custou-lhe o seu bem mais precioso, que o transformava em uma pessoa especial, impar, festejado e admirado por onde distribuía seu sorriso largo e confortante, uma criança em sua inocência.

Muitos falam em responsabilidades nesses momentos de dor, responsabilidades individuais. Quem foi o responsável por tamanha covardia? Atropelar um ciclista em pleno acostamento e ainda por cima não prestar socorro e evadir-se do local do fato com a ajuda de outras pessoas, sendo que quem realmente precisava de ajuda era o Matheus e seu companheiro de pedal!

Se o indivíduo habita o coletivo, sinto muito em dizer-lhes que a responsabilidade é coletiva, formamos indivíduos como Matheuzinho e como os que o atropelaram e não lhes prestaram o devido socorro em um tempo hábil, faltou a atitude esperada de seres humanos racionais, falta de atitude que pode ter-lhe custado a vida, portanto a reação também tem que partir do coletivo, temos que transformar a indignação em ação, não podemos mais viver em um meio só de indignações.

A sociedade que não reage, rasteja! E rasteja com dificuldades, pois hoje a maioria dos que vivem em sociedade mantêm as mãos e mentes ocupadas com seus smartphones e só priorizam o melhor ângulo para as já consagradas selfie's.

Recuso-me a acreditar que a única coisa a mudar com este fato lamentável ocorrido sábado passado 25/09 na BR 235 seja só para alimentar stories, perfis em redes sociais e feeds. Pessoas como Matheus merecem que o seu martírio se transforme em ações positivas que mudem realmente o cenário macabro em que vivemos.

Muitos foram ao sepultamento de Matheus prestar homenagens, mas durante e ao término do sepultamento, mais selfie´s e mais selfie´s,. Vamos reagir ou vamos esperar a próxima covardia enquanto fazemos pose para uma nova selfie? Uma covardia coletiva.     

"Faça aquilo que sempre teve vontade, para que daqui a alguns anos não se arrependa de nada. Vá com o melhor que você tem, Deus no coração, deixa ele conduzir. De verdade a gente só tem o dia de hoje para ser feliz". (Matheus Moura)

*Alexandre Souza

Espaço Leitor

© Copyright RedeGN. 2009 - 2024. Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do autor.