A Organização de Procura de Órgãos do Hospital Dom Malan (OPO) celebra, nesta segunda-feira (27), o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data oficial, instituída pela Lei nº 11.584/2.007, visa conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e, ao mesmo tempo, fazer com que as pessoas conversem com seus familiares e amigos sobre o assunto.
O dia é também o marco comemorativo do Setembro Verde - Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos. Apesar da ampliação da discussão do tema nos últimos anos, trata-se ainda de um assunto polêmico e de difícil entendimento, resultando em um alto índice de recusa familiar. Daí a importância.
Ciente da responsabilidade e do papel da OPO como forte mobilizador social, a Organização montou uma extensa programação que teve início no dia 01 com painel interativo e segue até amanhã (28) com Simpósio Virtual.
"Concedemos entrevistas na imprensa, uma ação popular no Bambuzinho, palestras, capacitação, curso online, Cine Doação, Live e Simpósio. Acredito que atingimos um público bem vasto e diversificado", garante a enfermeira gerente, Évora Leal.
Em 2020 a OPO registrou 91 casos de morte encefálica. Desses, 59 foram considerados elegíveis como potenciais doadores, com 35 doações e 25 recusas familiares, resultando em um percentual de 57,6% de efetivação de doação. De janeiro a agosto de 2021 foram detectados 73 casos de morte encefálica, sendo 50 casos elegíveis, com 26 doações e 24 recusas, totalizando um percentual de 52% de efetivação.
De acordo com Évora, entre os principais motivos de recusa estão a ausência de consenso familiar, desejo de corpo íntegro e falta de manifestação do desejo de se tornar um doador em vida.
"As negativas das famílias ainda são muito baseadas na falta de informação, de esclarecimento e falsos mitos. Por isso, o Setembro Verde é tão importante. Além disso, é uma excelente oportunidade para atualizarmos as equipes que prestam cuidados aos potenciais doadores e habilitarmos novos profissionais médicos para o diagnóstico da morte encefálica", esclarece Évora.
Pela legislação brasileira, não adianta deixar expresso em documento, ou mesmo registrado em cartório, o desejo de realizar a doação de órgãos, pois a palavra final caberá sempre aos parentes.
"As pessoas precisam entender que é um processo totalmente seguro e legal. A doação só acontece por autorização da família, após confirmação inequívoca do falecimento pelo diagnóstico de morte encefálica, estabelecido em legislação através de exames clínicos e de imagem que compõem o protocolo de ME. Cada doador pode salvar, pelo menos, de 4 a 5 vidas. Doar órgãos é doar vida", finaliza Évora.
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