De instabilidade política e econômica à seca intensa, a alta dos preços dos combustíveis só agrava a inflação e aumenta a conta no bolso do consumidor. Essa é a avaliação de Luciano Nakabashi, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, sobre a situação atual, resultado da “demanda de petróleo em nível mundial e do câmbio, que depende da instabilidade que vivemos hoje, muito grande em termos políticos e econômicos”.
O quanto esse aumento afeta a vida do povo brasileiro depende da renda e “de como a pessoa usa os combustíveis”, diz Nakabashi.
Se usa transporte público ou o próprio e a distância que percorre nas atividades diárias são variáveis que podem significar mais ou menos gastos. Mas uma coisa é certa: “Quanto maior a renda, o aumento tem um impacto relativamente menor; quanto menor a renda, o aumento do preço tem um impacto significativo”.
Questionado sobre a possibilidade de queda nesses valores, Nakabashi diz que sim, desde que as duas situações que cita melhorem, criando tendência “de apreciação do câmbio e redução em reais do preço do petróleo”.
Já para Renê Carlos Abbad, vice-presidente da Brascombustíveis, uma associação brasileira de donos de postos, essa é uma pergunta difícil de responder, pois o mercado de combustíveis “é um mercado à vista”, que depende de duas variáveis, a cotação do petróleo e a variação do dólar. “Se, por um lado, o petróleo tem tido alguma queda recente, por outro, o dólar tem se valorizado em relação ao real”, exemplifica.
E, quanto ao etanol, Abbad informa que vem enfrentando problemas em função do óleo diesel e também em função do clima, já que “a maior seca dos últimos 91 anos se reflete na produção do etanol”.
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