Ainda que na produção de cada texto semanal, a tendência natural é focar no cenário político nacional vigente, pela variedade e abundância de temas, de vez em quando opto por oferecer ao leitor uma opção alternativa para a sua leitura, ou até mesmo para que não se consolide a convicção de que existe um ranço político ou ideológico contra esse ou aquele que está dentro ou fora do Poder, o que absolutamente não existe.
Assim, voltando ao mundo real, é impossível não ter uma visão crítica sobre o triste desenrolar dos acontecimentos durante a visita da comitiva presidencial a Nova York, para participar da Abertura da 76ª. Assembleia Geral da ONU, na última semana. O fato relevante é que o primeiro discurso oficial é reservado ao Presidente do Brasil. Não obstante, a sua fala antes de encher de orgulho a cada cidadão brasileiro, causou tristeza pelos fatores que repercutiram negativamente, tanto no âmbito interno do País como na avaliação dos analistas de toda a imprensa internacional.
Nada mais explícito para qualquer pessoa, do que o entendimento de que o discurso do Presidente da República na Abertura da Assembleia da ONU – honra e privilégio preservado ao Brasil há 66 anos -, tem de ter o óbvio tom do verdadeiro Estadista, a abordar temas que envolvam o interesse efetivo das Nações, e não eivado das querelas internas que nada interessam aos 193 estadistas que estão ali sentados a ouvi-lo. Falar bem, contudo, não é a sua especialidade... Mas, falar mal e decepcionante, assim já é demais!
Na visita ao Premier do Reino Unido, foi deprimente responder entre sorrisos de que não é vacinado, como se isso fosse motivo de glória diante de uma tragédia mundial. Assim, ao visitar o país sem ter sido vacinado, teve de comer pizza na calçada, por estar impedido de acesso ao interior da Pizzaria! Ridículo!
Mas, o que transcende todos os limites da normalidade é a não percepção, pelo Presidente, de que está em total contraponto com o pensamento de todos os Estadistas do Mundo quanto à necessidade de uso preventivo da vacina, e que está assumindo postura retrógrada! Para completar o conjunto de gafes desse giro desastroso, o Presidente anunciou que a 1ª. Dama se vacinou, agora, nos EUA, numa atitude de vaidade e desprezo com a ciência brasileira! Deplorável!
Começava a achar que, finalmente, o Ministério da Saúde conquistou um Ministro preparado e habilitado a conduzir o grave setor da Saúde com firmeza e competência. Não foi o que demonstrou, porém, ao adotar uma decisão precipitada de suspender a vacinação de jovens adolescentes na faixa etária de 12 a 17 anos, só pelo fato de que, dentre 3,5 milhões de vacinados, 1,5 mil teriam tido algum tipo de reação, além do boato de que uma jovem de 15 anos teria falecido após a vacina.
Ora, é elementar que uma decisão dessa importância teria de ser precedida de uma imediata busca de informação oficial junto à Secretaria de Saúde de São Paulo, quanto à verdade da causa mortis, logo confirmada de que não houve qualquer correlação. Mas, como nesse governo toda decisão é precipitada e logo há o tradicional RECUO, voltar atrás e liberar a vacina para os jovens era algo convictamente esperado, como já aconteceu! Sempre só uma questão de tempo.
Numa confirmação de que as medidas protetoras recomendadas contra o vírus, bem como as doses regulares da vacina protegem as pessoas de uma maior gravidade do Covid-19, quando infectadas, mas não as isentam totalmente do contágio, ocorreu exatamente com o Ministro Marcelo Queiroga, que era o único na Comitiva Presidencial a usar máscara em todos os momentos, exceto, obviamente, ao comer a pizza (foto)! Torço pela sua urgente recuperação, e breve retorno ao Brasil, após a quarentena já em andamento em Nova York. E que deixe de fazer gestos obscenos para manifestantes, o que não fica bem para um Ministro de Estado!
Que Deus tenha compaixão desse nosso Brasil, e nos livre dos falsos e imaginários “mitos” em 2022! O pior é que as tendências indicam que poderá voltar ao Poder alguém que nunca sabia de nada enquanto governou, e trazendo José Dirceu a tira colo! Então, aí já não será necessária só a compaixão, mas, também, a misericórdia Divina, plena e extrema...!!!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA.
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