Será realizado nesta quarta-feira (15), no Fórum de Petrolina, Sertão de Pernambuco, o julgamento do homem de 31 anos acusado de matar a professora de Educação Infantil, Kézzia Homeilly, no dia 11 de abril, no bairro Jardim Amazonas. O acusado era ex-companheiro da vítima. A professora tinha 32 anos e foi morta a facadas.
Este será o primeiro júri de um caso acompanhado pelo Escuta Atenta, projeto da 4ª Promotoria de Justiça Criminal de Petrolina. O julgamento será o quarto envolvendo casos de feminicídio desde o retorno das atividades presenciais, no mês de agosto, no Fórum Dr. Manoel Souza Filho.
“Fizemos o acompanhamento psicossocial das vítimas indiretas, uma vez que os filhos da vítima e a mãe dela sentiram fortemente as consequências do crime. As crianças receberam a visita do Conselho Tutelar da cidade de Afrânio, atual cidade de residência, para averiguar a situação psicológica e assistencial após o crime, enquanto que a mãe de Kezzia foi atendida na 4ª Promotoria de Justiça Criminal de Petrolina”, comentou o promotor de Justiça Fernando Della Latta Camargo, idealizador do projeto.
De acordo com Ministério Público, desde o início de agosto, a 4ª Promotoria de Justiça Criminal de Petrolina participou de quatro plenários do Tribunal do Júri, obtendo quatro condenações, sendo três em casos de homicídios contra vítimas mulheres em cenário de violência doméstica e uma vítima pessoa em situação de rua. "O traço comum entre as vítimas foi a vulnerabilidade quando expostas aos respectivos ataques dos réus", disse Della Latta.
O assassinato da professora Kezzia teve bastante repercussão em Petrolina. Na época do crime, a comissão de Direitos humanos e Cidadania da Câmara de Vereadores emite nota repudiando o feminicídio. O autor do crime foi preso em flagrante.
“Diante de crime tão hediondo e que nos indigna, do aumento da violência contra a mulher, dos elevados números de feminicídio. Exigimos justiça e maior investimento por parte dos governos municipal e estadual em políticas sociais, educacionais e culturais que gerem maior oportunidade de proteção para as mulheres do nosso município e, consequentemente, previna novas situações de violência”, diz trecho da nota de repúdio.
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