A valorização e a troca de saberes populares relacionados às práticas de cura ligadas à natureza, contribuindo para o fortalecimento do papel cultural da sabedoria tradicional, são s objetivos do V Encontro de Saberes da Caatinga e Práticas de Cura da Chapada do Araripe realizado no município de Exu, no sertão de Pernambuco. O evento, que acontece de 23 a 26 de setembro, reune raizeiros, rezadores e parteiras do Araripe.
Este ano o evento será realizado totalmente virtual com transmissão via canal do youTube - troca de saberes e acesso também pelas redes @saberesdacaatinga
Encontro serve para incentivar e manter vivas práticas de cura (algumas milenares) que não dependem do sistema biomédico.
HISTÓRICO: Nas últimas edições aproximadamente 80 raizeiros, rezadores e parteiras da região da chapada do Araripe, dos estados de Pernambuco e Ceará, participaram do evento. Cerca de 200 pessoas entre médicos, profissionais de saúde, representantes de instituições públicas, organizações não governamentais e aprendizes de várias partes do Brasil estivereram em Exu, Pernambuco, trocando saberes e experiências.
Segundo a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Islândia Sousa, o encontro reforça a política de práticas integrativas e complementares instituída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006. Essas práticas são caracterizadas pela Organização Mundial de Saúde como Medicina Tradicional ou Medicina Complementar.
Esse termo significa um conjunto diversificado de ações terapêuticas que difere da biomedicina ocidental, incluindo práticas manuais e espirituais, com ervas, partes animais e minerais, sem uso de medicamentos quimicamente purificados, além de atividades corporais, como tai chi chuan, yoga, lian gong. Outros exemplos de PICs são: acupuntura, reiki, florais e quiropraxia.
"As práticas trabalhadas e saberes compartilhados durante o encontro, no âmbito da conservação da sociobiodiversidade, relacionam-se diretamente com objetivos de criação da APA Chapada do Araripe, como incentivar as manifestações culturais e contribuir para o resgate da diversidade cultural regional e assegurar a sustentabilidade dos recursos naturais, com ênfase na melhoria da qualidade de vida das populações residentes na APA e no seu entorno”, ressalta Flávia Domingos da APA Chapada do Araripe.
O analista ambiental do ICMBio Antônio Alencar, da Flona Negreiros, que trabalha na concepção, organização e articulação nacional para realização do evento, tem experiência e grande dedicação ao estudo de plantas medicinais do cerrado e caatinga, inclusive já publicou um livro denominado Cordel de Plantas Medicinais do Cerrado.
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