O prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, vem, a cada dia, 'engrossando seu tom de voz' ao se referir a atual gestão do governo de Pernambuco, que tem a frente Paulo Câmara (PSB).
Quem tem acompanhado, presencialmente ou as transmissões online, dos últimos discursos de Miguel, que vem inaugurando algumas obras como parte da programação do aniversário de Petrolina, tem percebido o discurso incisivo do gestor, que vem tecendo fortes críticas a Câmara.
Nada disso é à toa. É que Miguel, que vai trocar de partido no próximo dia 25 de setembro, migrando do MDB para o DEM, se coloca como pré-candidato ao governo de Pernambuco, fato que, inclusive, já foi confirmado pelo presidente nacional do seu novo partido, ACM Neto, que encheu o petrolinense de elogios. A ideia de Miguel de entrar na disputa não agradou o MDB, que permanecerá aliado de Câmara, do PSB.
Após esses últimos discursos, Miguel Coelho publicou um artigo nesta quinta (2) na Folha de Pernambuco, falando do cenário de desemprego em Pernambuco. O gestor defendeu a unidade das lideranças que desejam mudança para recuperar o Estado e criticou a decadência econômica que não encontra reação por parte do governo do PSB. No texto, Miguel diz que é possível sair da atual situação de crescimento galopante do desemprego, e ainda compara dados com Petrolina, município que mantém ritmo acelerado de desenvolvimento nos últimos anos.
Confira o artigo de Miguel Coelho na íntegra:
Precisamos de esperança
Mais uma vez Pernambuco ostenta o triste título de campeão do desemprego no Brasil, com uma taxa recorde de 21,6% no segundo trimestre deste ano, segundo dados divulgados essa semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o pior resultado do Estado nos últimos nove anos, e a segunda vez seguida que Pernambuco ocupa a liderança do desemprego no país. Só a título de comparação, a taxa de desempregados no Brasil neste mesmo período foi de 14,1%, um índice que já é bastante alto, mas que nem se compara com a alarmente situação de Pernambuco.
Em números absolutos, são 885 mil pernambucanos desempregados, um aumento de quase 16% em relação ao segundo trimestre do ano passado. Ou seja, de lá para cá, foram 118 mil pessoas a mais procurando trabalho sem encontrar. Os dados do IBGE mostram ainda que a informalidade em nosso Estado aumentou, chegando a 51,4% no segundo semestre de 2021. É um contigente de mais de 1,6 milhão de pernambucanos na informalidade, sem carteira assinada.
Esses números são o resultado evidente de uma política fracassada de geração de emprego e renda. Pernambuco atualmente é o Estado no Nordeste que menos atrai investimentos. Se antes estávamos estagnados no crescimento econômico, hoje estamos andando para trás com este modelo de gestão que já se arrasta por 15 anos sem inovações, sem um projeto de futuro que possa trazer de volta o protagonismo que Pernambuco perdeu há muito tempo, quando se acostumou a ser líder de desenvolvimento na Região Nordeste.
Nosso Estado, e sobretudo nossa gente, não merece continuar desse jeito. É preciso urgentemente uma mudança para Pernambuco retomar o crescimento e devolver a autoestima ao nosso povo. Quando assumimos a gestão de Petrolina, em 2017, encontramos o município numa situação bem parecida com o que vemos hoje em Pernambuco. Falta de oportunidades, a cidade estagnada, poucos investimentos e a população sofrendo sem muita perspectiva de melhora. O desejo de mudança se traduziu na escolha por um novo rumo, e em poucos anos conseguimos transformar o cenário, modernizando a gestão e atraindo investimentos que resgataram a força e o crescimento de tempos passados, quando Petrolina tornou-se conhecida como a terra dos impossíveis.
Um bom exemplo disso é a geração de empregos no município. Os dados mais recentes do mês de julho mostram que Petrolina gerou 3.688 novos empregos, a grande maioria no agronegócio, seguido pelo setor de comércio e serviços. O município manteve o segundo lugar no saldo de empregos do Estado com 1.628 vagas, e no acumulado do ano, 5.530 vagas. Este foi o melhor resultado do ano de 2021, superando em quase 60% o melhor resultado anterior, obtido no mês de março.
Em pleno Sertão, Petrolina mostra, portanto, que a transformação é possível, avançando há mais de quatro anos em um movimento de crescimento econômico, geração de empregos e desenvolvimento social. Estamos no mesmo Pernambuco e não há dúvidas que nosso Estado tem toda condição de retomar também seu desenvolvimento. Para isso, precisamos de uma verdadeira mudança de gestão, com novas ideias e um novo modelo de governo que seja capaz de resgatar a altivez do nosso Estado e seu protagonismo no Nordeste, como impulsionador do crescimento da Região.
Temos tudo para devolver a Pernambuco esse lugar de destaque, como um exemplo para o país de desenvolvimento e qualidade de vida. Mas é preciso que todos aqueles que querem um novo Pernambuco unam-se neste mesmo propósito, para que essa mudança, tão necessária, possa realmente acontecer. Só assim, todos unidos, com a força da nossa gente, poderemos fazer nosso Estado voltar a ser uma inspiração para o Brasil; uma terra de oportunidades, crescimento e prosperidade, onde a esperança possa voltar para o nosso povo.
Miguel Coelho
Prefeito de Petrolina
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