Um estudo descreveu o perfil clínico dos pacientes com nódulos de tireoide na população do vale do São Francisco submetidos ao tratamento cirúrgico no Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-UNIVASF), entre janeiro de 2017 e junho de 2019. O trabalho apontou que 50% da população acima dos 50 anos apresenta nódulos em tireoide e deste total 90% dos diagnósticos são em mulheres.
A tireoide é uma glândula localizada na parte anterior do pescoço e regula a função de órgãos importantes como o coração, o cérebro, o fígado e os rins.
O Estudo é resultado de uma tese de mestrado feita pelo médico cirurgião de cabeça e pescoço Aglailton Menezes que concluiu sobre a existência de alta prevalência de nódulos em tireoide na região. "Quando se utiliza o método de ultrassonografia para diagnóstico, evidencia-se que cerca de 10 a 41% das pessoas possuem nódulos em tireoide, com o aumento desta em relação a idade. Afinal, cerca de 50% da população acima dos 50 anos apresenta nódulos em tireoide e, dentre eles, apenas 5% são malignos".
Embora a notícia de que os casos malignos sejam muito baixos, o fato do paciente ter um nódulo benigno, ou seja, que não é câncer, também requer cuidado e acompanhamento médico, já que ele pode afetar o funcionamento de diversos outros órgãos.
"O tratamento clássico para o câncer de tireoide é a cirurgia de tireoidectomia total. Porém, nos casos que apresentam metástases cervicais, o procedimento de esvaziamento cervical é realizado concomitantemente. Em contrapartida, nos casos de tumores benignos, de apresentação unilateral, pode-se realizar o procedimento de tireoidectomia parcial como tratamento", afirma o especialista.
Além disso, outro apontamento importante do perfil dos pacientes tratados no HU-UNIVASF foi sobre o percentual de mulheres diagnosticadas. Elas representam 90,35% dos casos, com média de idade de 50 anos.
"O perfil dos pacientes tratados em decorrência de nódulos de tireoide no HU-UNIVASF demonstra uma prevalência de mulheres com média de idade em torno de 50 anos e os homens aparecem no estudo representando apenas 9,65% dos casos. Tendo isto em vista, as mulheres possuem maior prevalência de nódulos de tireóide do que os homens. Porém, apesar de ser oito vezes mais frequente em mulheres, homens apresentam risco de malignidade duas a três vezes maior. O câncer de tireóide é um dos diagnósticos de câncer que mais cresce em todo o mundo, sendo 2,9 vezes mais comum no sexo feminino do que no masculino", concluiu.
O estudo, finalizado com 114 casos, adotou a metodologia de corte retrospectivo, com utilização de dados clínicos e cirúrgicos, obtidos em prontuários (descritivo-quantitativo), e laudos anatomopatológicos presentes no banco de dados do HU-UNIVASF, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário da Universidade Federal do Vale do São Francisco (HU-UNIVASF) e obedecendo integralmente aos princípios éticos estabelecidos na resolução 466/12 e 510/16 do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
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