Uma particularidade interessante utilizada pelo Facebook é reeditar alguma foto marcante que alguém tenha publicado há alguns anos e que reapresenta para ativar as suas lembranças, ao lado da pergunta clássica se deseja “enviar ou compartilhar com alguém”, a exemplo da foto da ilustração acima por mim postada num texto, há algum tempo.
A ideia coincide com o pensamento deste cronista quanto à vontade pessoal em rever, de vez em quando, o que escreveu em crônicas passadas quanto ao momento político, econômico ou social vivido pelo país em determinado ano ou período. Isso faculta a análise comparativa de épocas diversas. Assim, selecionei alguns trechos da crônica “UMA NAÇÃO PERPLEXA!”, publicada sete anos atrás, em 17/08/2014, e vamos notar que no contexto de escândalos e amadurecimento do perfil de nossas autoridades ao longo desse tempo, pouca coisa mudou. E se mudou foi para muito pior.
“Nos últimos tempos ou mais precisamente nas últimas décadas, foram tantos os acontecimentos nacionais mais tendentes em manchar a nossa história política e econômica do que enobrecê-la que, de repente, a sensação de ufanismo que já dominava o sentimento de patriotismo do cidadão brasileiro passou a dar lugar a um espectro tenebroso de que “há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia”, como afirmou o grande Shakespeare, em sua obra Hamlet”.
É tão grande a dimensão do manancial de sujeiras de toda natureza a enxovalhar a nossa imagem e honra de cidadãos, que se consolida o convencimento de que somente através da educação e da “transformação cultural essa sociedade irá se salvar, uma vez que a punição de culpados - coisa que quase nunca acontece –, tem se mostrado uma medida inócua para o resgate de nossa história”. Nem mesmo um estado de Pandemia, chegando a quase 600.000 mortes, sensibiliza essa gente, visto que já há denúncias de desvio de verbas destinadas à compra de equipamentos respiratórios, testes para o COVID e armações criminosas para compra de vacinas. Francamente, fico a imaginar a tamanha falta de vergonha e insensibilidade para tanta bandidagem com o dinheiro público.
“São tantos os personagens e atores que integram esse teatro nefasto para a vida brasileira, que o melhor é que não sejam citados nominalmente, até mesmo para não os valorizar. Ainda assim, certamente que a comparação dos escândalos mais recentes, quando se fala em muitos bilhões de reais, está levando à conclusão de que “o “Escândalo Collor” e que o levou ao impeachment foi “fichinha” diante dos fatos dos dias de hoje.
“Percebe-se que no campo da especialização para a malversação das verbas públicas foi montada uma grande Universidade, com PÓS-GRADUAÇÃO, MESTRADO e DOUTORADO, e unidades instaladas em todos os Estados!” Poderia lembrar aos leitores algumas centenas de escândalos e nomes dos protagonistas que demonstraram esse Nível Superior na construção da criminalidade, mas prefiro poupá-los dessa triste e vergonhosa memória, visto a ampla divulgação de toda essa trágica experiência nacional, e que serão julgados e condenados pela história. Com certeza serão, porque o tempo não perdoa.
Não há verdade mais óbvia do que o entendimento de que a interrupção das investigações da Operação Lava Jato, patrocinada e estrategicamente desmoralizada pelos segmentos interessados da Oposição e Situação, seja da Esquerda ou da Direita, robusteceu no mundo da corrupção o convencimento de que nem tudo está perdido para eles.
O cenário atual e futuro não inspira a confiança nem a mínima esperança que o povo deseja, pelos vícios de vários matizes de que estão impregnados os nossos políticos, e uma vez que os pretendentes ao comando da Nação em 2022 são oriundos de uma classe contaminada e que não se renovou.
A propósito da ilustração acima, estamos assistindo à montagem de um grande circo em Brasília para 7 de setembro, cujo espetáculo principal tem foco na anarquia e na violência, e cujas consequências poderão ser imprevisíveis. O povo não merece a palhaçada que está sendo montada, com o patrocínio da máquina pública, sob o pretexto de se invocar a Democracia!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA.
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