Mais de 300 fósseis apreendidos em operação da Polícia Federal foram repassados à Universidade Regional do Cariri (URCA), ontem quarta-feira, 18, durante solenidade com a presença do Ministério Público Federal (MPF), Superintendência da Polícia Federal (PF), Superintendência do Geopark Araripe e a direção do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, além da administração superior URCA.
O material ficará sob a salvaguarda do Museu e poderá ser disponibilizado para pesquisas científicas. Atualmente, o equipamento desenvolve a campanha permanente Lugar de Fóssil é no Museu. Na ocasião, foi assinado o Termo de entrega para repasse das peças.
A solenidade de entrega oficial dos fósseis aconteceu na sede do Geopark Araripe, em Crato. O material foi apreendido durante a operação denominada Santana Raptor, que envolve diretamente cerca de seis pessoas, entre servidores, pesquisadores, mineradores, empresários e atravessadores de fósseis extraídos da Chapada do Araripe. Segundo a PF, ainda estão sendo levantadas informações sobre os envolvidos no caso, para a conclusão do inquérito.
O material corresponde a peças raras que foram apreendidas ano passado, através de mandados de busca e apreensão em Nova Olinda, Santana do Cariri e no Rio de Janeiro. Peças bem preservadas como libélulas, plantas, a exemplo de samambaias e pterossauros foram repassadas à URCA. São fósseis do período cretáceo com mais de 110 milhões de anos. As investigações que culminaram na apreensão foram iniciadas em 2017.
Na ocasião, a URCA fez agradecimento com entrega de homenagens aos órgãos envolvidos no processo de apreensão. Além disso, destacou a atuação dos pesquisadores da Instituição imprescindíveis em fornecer informações técnicas à polícia para encaminhamento da ação.
IMPORTÂNCIA MATERIAL: O Reitor da URCA, Francisco do O’ de Lima Júnior, parabenizou os pesquisadores e todo o apoio que foi direcionado em relação às peças. Ele destacou o trabalho das equipes da PF, MPF, e os pesquisadores. Lima Júnior também lembrou o trabalho desenvolvido desde o reitorado do professor Patrício Melo, que atualmente está à frente da Rede Latino-Americana de Geoparks.
Além disso, o Reitor ressalta a importância da Universidade, que tem um histórico determinante dentro da missão de preservar o patrimônio natural da Chapada do Araripe, além da sua promoção. “Imagine que há mais de 110 milhões de anos essas peças estavam aqui, e contam com um grau de preservação”, afirma.
O superintendente da Polícia Federal, Caio Rodrigo Pellim, afirma que é muito gratificante para a PF poder contribuir com o resgate do patrimônio científico do Ceará, do Brasil em geral. Segundo ele, o trabalho de investigação realizado, que culminou na apreensão dos fósseis, foi muito bem feito, com alguns passos ainda a serem realizados, mas que essa destinação à universidade dando destino adequando ao material, para ser estudado e exposto em museu, é muito gratificante para a equipe de investigação.
A Delegada da PF, Josefa Maria Lourenço, relatou que as peças apreendidas são muito raras e que fora do país teriam um custo muito alto. Há peças que saíram do Ceará ilegalmente. Ela destacou a importância da legislação nesse processo e chamou a atenção de que o produto do subsolo é pertencente à União. “Nunca esse material foi da terra de ninguém. É um patrimônio raríssimo que merece ser preservado e foi devolvido com base numa decisão da 16ª Vara da Justiça Federal. Lugar de fóssil é no museu, na Universidade”, declara.
O Diretor do Museu, Professor Allysson Pinheiro, destacou a campanha permanente, para incentivar a doação voluntária de fósseis. “Estamos aqui para receber todo o qualquer fóssil e todos são patrimônios”, explica. Ela agradeceu a PF por trabalhar nessa operação.
O Procurador da República do Ministério Público Federal (MPF), Celso Costa Lima Verde Leal, relatou o grande trabalho e lembrou inclusive de mil peças que devem ser repatriadas da França, e espera em breve fazer outra entrega na Universidade. “É um tesouro importante, e queremos esse grande patrimônio aqui na nossa região, sob nossa salvaguarda”, disse.
O Superintendente do Geopark Araripe, Professor Carlos Kleber, destacou a importância do patrimônio que está sendo desenvolvido para a instituição. “É um patrimônio nosso e uma matéria riquíssima para os estudos na URCA”, frisa.
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