Durante visita do governador de Pernambuco, Paulo Câmara, a Petrolina nesta quinta-feira (12), Lucinha Mota, mãe da garota Beatriz Mota, revelou que o inquérito policial do caso aponta quatro ex-alunos como mandantes do assassinato da garota no Colégio Maria Auxiliadora, em dezembro de 2015. Liderando o grupo "Somos Todos Beatriz", Lucinha fez uma manifestação em frente a EREM Professora Maria Wilza Barros Miranda, no bairro João de Deus, onde aconteceu o evento que contou com a participação da comitiva do governador, após ser impedida de entrar no local.
“Ninguém vai me impedir de falar, eu pago os meus impostos e estou em um local público, ninguém vai me tirar daqui não, só se for à força. Quero ver quem tem coragem”, desafiou Lucinha Mota, que fez ainda uma nova revelação sobre o inquérito do caso, ao apontar o suposto envolvimento de quatro ex-alunos da instituição no assassinado da garota. Ela também destacou o trabalho das delegadas Sara Machado e Polyanna Neri, que foram tiradas do caso durante o andamento das investigações.
"O inquérito de Beatriz tem dois laudos dizendo que foi encontrada uma digital palmar dentro da cena do crime. O primeiro laudo, produzido pela Polícia Cientifica de Pernambuco, assinado por quatro peritos, diz que essa palmar é compatível com a de um ex-aluno do Colégio Maria Auxiliadora, que está solto. O grupo que está aqui sabotando, anos depois, produz um outro laudo com a assinatura de dois peritos, dizendo que não é. Protegendo o assassino. Se a digital dele está lá, ele é assassino. Tem outros ex-alunos do Colégio que também estavam na cena do crime. E o que foi que a Polícia Civil fez? Nada. Não tem uma busca e apreensão nas residências deles, apenas oitivas feitas no papel. A oitiva tem que ser filmada. É só o que têm no Caso Beatriz, volumes e mais volumes de papel que não vão para lugar nenhum. As delegadas interessadas no Caso Beatriz foram tiradas. A delegada Sara [Machado] aponta pelo menos quatro ex-alunos como os mandantes do assassinato de Beatriz. A doutura Polyana Nery pediu a prisão do funcionário que apagou as imagens do assassino, indiciou mais dois funcionários, e o que foi que a Polícia Civil fez? Tirou ela do Caso Betriz. É assim que eles agem. Eles perseguem. A drª Polyana teve seu salário cortado e foi perseguida", desabafou Lucinha.
Lucinha acusou o governo de Pernambuco de ser conivente com a impunidade e de impedir, propositadamente, que grupos estrangeiros auxiliem na investigação. Ela também garantiu que a luta por justiça não está perdendo força.
“Vocês estão aqui custeados pelo nosso dinheiro, não estamos pedindo favor, investigar um crime é obrigação do Estado. Este governo tolera a impunidade, é cúmplice da criminalidade, essa morte de Beatriz é do governo de Paulo Câmara. [...] Vocês estão errados em pensar que o grupo de Beatriz está perdendo força. Nós agora temos apoio internacional, estamos ganhando força, e eu vou até o fim. Se vocês querem me parar, terão que me matar para me calar. Tem uma equipe de investigação, que é uma das melhores do mundo, que quer vir para Petrolina, querem trazer recursos, querem trazer ciência, e vocês negam, se recusam, por quê? Vocês estão acobertando o assassino de Beatriz?”, questionou.
O crime
Beatriz Angélica foi assassinada em 10 de dezembro de 2015, com 42 facadas durante a festa de formatura de sua irmã mais velha, no Colégio Maria Auxiliadora. A última imagem que a polícia tem de Beatriz foi registrada às 21h59 do dia 10 de dezembro de 2015, quando ela se afasta da mãe e vai até o bebedouro do colégio. Após perceberem o sumiço da criança, os pais desesperados começaram a procurá-la, até que minutos depois, o corpo da menina foi encontrado atrás de um armário, dentro de uma sala de material esportivo.
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