O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), foi às redes sociais afirmar que seguirá no governo federal "até o fim". Na publicação, o general da reserva ressaltou que é abordado por pessoas em viagens que dizem que votaram na chapa Bolsonaro-Mourão por confiar nele.
"Em respeito a essas pessoas e a mim mesmo, pois nunca abandonei uma missão, não importam as intercorrências, sigo neste governo até o fim", disse.
Apesar de ter negado a possibilidade de renúncia, Mourão disse à CNN que não descarta sair candidato em 2022. Ele avalia se candidatar a senador ou a deputado federal pelo Rio Grande do Sul.
O general da reserva lembrou que a legislação eleitoral permite ao vice-presidente candidatar-se a outros cargos, preservando o seu mandato, desde que não tenha substituído o presidente nos últimos seis meses antes da eleição. "Pela legislação, não necessito renunciar para ser candidato", disse.
Nesta semana, vice-presidente foi aconselhado no início da semana por um general da reserva muito próximo a ele a renunciar ao cargo. Mourão respondeu que não seria ainda o momento para deixar o governo. A informação é do analista da CNN, Caio Junqueira.
Mourão, porém, segundo interlocutores, tem refletido sobre o assunto desde a última observação que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) fez sobre ele comparando-o com um cunhado indesejado. Ele estava em viagem oficial a Lima, no Peru, quando soube da fala do presidente e desde então mostrou-se indignado.
Nos próximos dias, deverá ter uma conversa a sós com Bolsonaro para demonstrar seu incômodo, aumentado pelo fato de ele ter tido uma reunião com o presidente na última semana sem qualquer indisposição.
A decisão sobre deixar o governo, porém, sempre foi rechaçada por ele, mas nos últimos dias passou de improvável para possível. O impacto que isso teria tem sido analisado pelo vice-presidente.
A sua percepção é a de que sua saída abriria espaço para o impeachment de Bolsonaro tendo em vista que sua presença como sucessor direto tem servido como anteparo para o universo político apoiar a abertura do impeachment.
Se ele deixar o posto, o sucessor direto de Bolsonaro passa a ser Arthur Lira (PP-AL), o mesmo que tem sob sua mesa o poder de decidir sobre o impeachment.
Em uma conversa que teve no final do ano com Bolsonaro, Mourão teria questionado o presidente sobre seu desempenho, pediu orientações sobre sua conduta e deixou claro a ele que se o presidente quisesse, iria embora. O presidente, segundo fontes, desconversou. A relação continuou distante e com as mais recentes declarações de Bolsonaro, ameaça afastar o vice de vez da órbita do presidente.
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