Repercute o fato da deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) acusar que pode ter sido vítima de um atentado. Ela tem cinco fraturas no rosto e outras pelo corpo, mas disse não se lembrar do que aconteceu. A parlamentar deu entrada no hospital DF Star, em Brasília, mas já está em casa se recuperando.
São cinco fraturas no rosto, sendo duas delas no nariz e as outras no seio da face, uma na coluna e dois dentes quebrados. Há um abaulamento na cabeça, mas sem comprometimento da parte interna do crânio. Os joelhos estão roxos, assim como parte da costela esquerda, abaixo do seio, e um ombro machucado. Um rasgo no queixo foi selado com cola cirúrgica.
Hasselmann disse, em entrevista exclusiva ao SBT, não se lembrar do que aconteceu. Ela afirmou que na noite de sábado (17/7) estava sozinha em seu quarto enquanto o marido dormia em outro quarto, porque, segundo ela, ronca muito. A última coisa que diz se lembrar é que estava maratonando uma série. Depois disso, acordou no domingo caída em uma poça de sangue.
"O que eu sei, o que eu vi, foi que domingo, umas 7h da manhã, eu acordo entre meu quarto e o banheiro, no closet, com uma poça de sangue. Estava muito frio, eu estava muito gelada e tinha perdido muito sangue. Depois do susto, a primeira reação que eu tive foi 'ah, eu desmaiei né?' Tive um mal súbito, sei lá, um princípio de infarto. Desmaiei e bati o nariz, que sangra com facilidade, deve ser isso”, relatou.
“Me arrastei até o meu banheiro e, quando eu cheguei no banheiro, tinha pingos de sangue no banheiro, o tapete estava empapado de sangue e o que me chamou a atenção foi o espelho, tinha gotas de sangue como se fosse jato. Mas como? Sangue do meu nariz vai estar no espelho? Mas eu estava totalmente atordoada, imediatamente eu pedi socorro."
Ela contou que antes de fazer os exames o marido, que é médico, disse que ela poderia ter tido um trauma devido ao olho roxo. Em seguida, a deputada entrou em contato com amigos médicos, dentistas e seus funcionários comunicaram à equipe de segurança, que informou a Polícia Legislativa. Ainda no domingo foi hospitalizada para fazer exames.
"Os médicos me alertaram e falaram: 'Olha, pra ser um tombo você teria que ter tomado quatro ou cinco tombos ou então caído de uma escada'."
Na sequência, a deputada pensou na possibilidade de ter sofrido um atentado. "Apesar das ameaças de morte que constantemente eu recebo, eu nem levo mais tanto a sério. Então dispensei [a Polícia Legislativa], como toda noite eu faço."
E prosseguiu: "Não posso dizer que foi um desafeto político ou mesmo se foi alguém que entrou na minha casa. Mas esse é um local público, a chave de um apartamento funcional não é uma chave que fica só comigo, outras pessoas em departamentos da própria Câmara têm. E pessoas já passaram pela minha casa, já trabalharam aqui, já tiveram cópia da chave. Então, seria muito simples e muito óbvio eu dizer: 'Olha, eu tenho desafetos políticos, me ameaçam de morte, eu vou culpar fulano'. Mas vamos deixar as investigações seguirem."
Hasselmann ainda está confusa sobre o que aconteceu. "Não vou afastar a possibilidade de ter caído e ter batido a nuca, o queixo e os dois ossos que estão em volta do meu olho. Não vou acusar meus detratores porque seria incorreto sem ter qualquer tipo de prova. Quando a gente enfrenta pessoas que têm poder, e eu tô falando de muito mais poder a gente, está sujeito a muitas coisas, inclusive àquelas explicações que nunca chegam. Mas coloquei algo na minha cabeça quando entrei para a política: eu não vou desistir, ponto. Não tem fratura que me faça desistir."
Ela tomou remédio para dormir naquela noite, mas disse que é uma rotina diária há 20 anos. "Uma coisa que chama a atenção em tudo isso é que nada foi roubado. Eu estava com a minha bolsa, ela fica em uma cadeira no meu quarto, fica minha carteira com algum dinheiro, não muito, mas tinha, além de cartões. Todo mundo sabe que eu gosto muito de joia, então estavam ali os brincos que eu tinha usado naquele dia, o relógio, o anel que eu tinha usado. Então, se alguém entrou aqui, não foi pra roubar. Não sumiu uma agulha da minha casa, tudo está exatamente como estava".
Ela negou haver sinais de pegadas ou arrombamento e finalizou: "Se houver um culpado, que esse culpado pague, uma vez que agora não é mais mais ameaça, agora é fato concreto: nós temos uma parlamentar que tem o rosto fraturado, uma coluna fraturada, o joelho deslocado, costela machucada, um ombro machucado, então se foi um daqueles que me ameaçou, que pague por isso. Se for outro, que não me ameaçou, que também pague por isso".
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