A divulgação do vídeo em que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello aparece ao lado de vendedores de vacinas (assista abaixo) negociadas mais caras do que as oferecidas no mercado, gerou suspeitas de Pazuello e seu entorno de que o vazamento teria partido de algum ex-assessor da equipe que o acompanhava no Ministério da Saúde.
Pazuello aparece à vontade na polêmica imagem, que veio a público, de acordo com a CPI da Pandemia, graças a um informante. O vídeo foi publicado pela "Folha de S.Paulo" na segunda-feira (12) e confirmado pela CNN. A situação coloca dúvidas sobre o que o ex-ministro vem dizendo: que não participou de reuniões com empresários, como forma de não sofrer interferências indevidas e proteger seu papel na tomada da decisão final. Até então, a responsabilidade pela negociação dos contratos recaía sobre o ex-secretário executivo da pasta, Élcio Franco.
Em nota, Pazuello afirma que foi à sala onde ocorria o encontro "unicamente para cumprimentar os representantes da empresa, após o término da reunião". O ex-ministro também relata que veio de sua assessoria, à época, a sugestão de gravar o vídeo mas, após checar que a proposta não era "completamente inidônea e fidedigna", determinou que não fosse elaborado nenhum acordo com a empresa e que o vídeo não fosse divulgado.
Aliados de Pazuello atribuem a ideia e a gravação do vídeo ao ex-assessor especial Marcos Marques, também conhecido como Marquinhos Show, publicitário que trabalhou com Pazuello. A gravação estaria registrada no celular dele. Marquinhos esteve na mira da CPI no início das investigações. Houve aprovação de depoimento e quebra de sigilos dele, o que não veio a acontecer. Para amigos de Pazuello, a divulgação do vídeo pode sugerir que em troca de cair no esquecimento da CPI, o ex-assessor estaria colaborando com informações.
A CNN tentou contato por mensagem e ligação com Marquinhos, mas ele não respondeu. Desde que Pazuello deixou o ministério, o ex-assessor tem dito que não responde mais pela comunicação do general.
Procurada, a defesa de Pazuello reiterou que todas as explicações já foram dadas à CPI e em nota pública.
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